sexta-feira, 20 de novembro de 2015

A COMPULSÃO DA EXPECTATIVA E A SUTILEZA DA PRÁTICA

Para simplificar, o título deste post poderia ser Café relâmpago com Conrado Navarro. Mas a reflexão que está em questão não é esta. O tema que quero tratar aqui já convive comigo desde os tempos 2004-2007. Naquela época eu era docente e sabia que tanto os alunos e quanto instituição tinham uma expectativa de aula show, aula entretenimento, para a disciplina de Comunicação Empresarial, que eu ministrava em cursos noturnos de Administração de Empresas e Ciências Contábeis.

Para mim, Comunicação sempre foi resultado de muito planejamento, pesquisa, critério, avaliação contínua, cálculo [os resultados!]. Mas tentei - confesso que sem obstinação - usar humor nas minhas aulas, para atender às expectativas. Foi uma catástrofe! Ao invés de provocar risos [como era meu plano original], gerou desconforto. Nunca mais! 

A experiência de fracasso, entretanto, serviu-me para outros propósitos. 1. Observar a habilidade de quem usa o recurso com sucesso. 2. Valorizar os recursos que me são autênticos e que me sustentam minhas crenças e práticas profissionais.

Onde essa história se encontra com café e Conrado Navarro? Simples! Ontem de manhã - em razão de um trabalho de produção de jornal institucional que faço periodicamente - tive a oportunidade de conhecer pessoalmente e conversar com Conrado Navarro

Quem me conhece sabe da minha natureza perguntadora. Sabe que eu rezo muito.Também sabe que - como conteudista e pela minha atuação em curadoria de conteúdo -  eu me envolvo, estudo e tenho muitas oportunidades [graças a Deus!] de contribuir sempre com a produção de pautas, briefings, avaliações, análises de pesquisa de satisfação de eventos, seminários, treinamentos e palestras institucionais. Por isso, sei que há uma demanda do público por conteúdos cada vez mais leves, divertidos, conduzidos quase que como entretenimento.

Então, para sintetizar um pouco de tudo o que eu disse até aqui, eu rezo, planejo, pergunto e sei das expectativas do público. Mas ontem, às sete da manhã, eu só tinha rezado e programado o meu café. Foi aí que surgiu a oportunidade. Dica! Oportunidade você agarra de frente porque ela só tem topete. Se você dá mole, ela escapa. E eu tive que aproveitar para improvisar. Desta vez, deu certo!

O salão de café da manhã do hotel estava lotado. E guru da Educação Financeira, escritor, palestrante e fundador do site Dinheirama, Conrado Navarro estava sozinho em uma mesa. Confesso que um receio de incomodar a quietude dele quase intimidou minha espontaneidade. Mas arrisquei. Afinal, trabalharíamos juntos durante toda a manhã. Depois de me apresentar pessoalmente [até então, o contato tinha sido por conferência telefônica], ainda pedi para dividir a mesa e ele topou.

Foi então que começou a nossa Conversação! Mineiro de Itajubá, Conrado Navarro parece que gosta mais de prosa do que eu e estava muito empolgado com o conteúdo que tinha preparado para a palestra que eu assistiria ainda na manhã de ontem. E, justamente pela empolgação dele com o trabalho que estava por acontecer, decidi investigar qual era a opinião dele sobre palestras com essa pegada de "entretenimento", movimento, jogo, reflexão misturada com humor.

A resposta - ponderada e experimentada - foi muito esclarecedora. E é isso que eu vou registrá-la e compartilhá-la agora. Pode ser útil para mais gente. Educação Financeira não é brincadeira! Pode ser explicada de um jeito mais leve, alinhavada com práticas do cotidiano, porque se propõe a mudar hábitos, comportamentos. Mas há toda uma racionalidade que sustenta as novas escolhas, mais conscientes e sustentáveis, para que a Educação Financeira realmente demonstre seus resultados.

Por isso, a combinação é muito delicada. Qualquer excesso pode tornar o assunto divertido, mas há risco de comprometer a retenção do conteúdo, do propósito do trabalho. Neste caso, melhor não arriscar o resultado. Talvez esses recursos que fazem sucesso caibam, quando o objetivo seja apenas colocar o tema em pauta. Mas quando os objetivos são mais ambiciosos - problematização, sensibilização de corações e mentes, transformação de atitudes - então, os estímulos têm de ser de outra natureza!

Pára tudo!

Naquele momento, não dava para eu continuar perguntando, infelizmente! Mas o que Conrado Navarro me explicou em três minutos ajudou a entender as escolhas de sucesso de um guru! Mais, me ajudou a relembrar e atualizar algumas pistas da Neurociência e da Psicologia Econômica.

As decisões são basicamente de duas naturezas. 85% são do tipo Holmer Simpson: emocional, impulsiva e baseadas em atalhos. Portanto expostas a riscos imensuráveis. O ser humano é o único animal que se expõe deliberadamente ao perigo! Os 15% restantes são do tipo Dr. Spock: planejadas, calculadas, baseadas em informações qualificadas. Dão mais trabalho, mas evitam riscos. Têm menos IBOPE. Para saber mais, clique aqui! 

Todo ser humano passa por esse processo de escolhas. O desafio é decidir com lucidez. Porque não dá para ser ingênuo diante de mundo tão complexo. É risco de perda OPORTUNIDADE.No caso da Educação Previdenciária, risco de perda de TEMPO. E, no caso da Educação Financeira, risco de perda de DINHEIRO. Obrigada, Conrado Navarro, pelos três minutos de aula, pela companhia iluminada e pelo café!

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Um comentário:

  1. Elaine, boa noite. Tudo bem?
    Quero registrar aqui minha alegria e felicidade por tê-la conhecido e ter tido a chance de conversar com você sobre educação financeira, comunicação e atitudes. Obrigado pela generosidade nas palavras, mas principalmente pela oportunidade de trabalharmos juntos. Deste encontro nasce uma nova amizade e parceria, e espero poder sempre corresponder às expectativas para, juntos, levarmos adiante a missão de educar financeiramente nossa população. Parabéns pelo trabalho! Conte sempre comigo! Forte abraço.

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