quarta-feira, 18 de novembro de 2015

LONGEVIDADE CUSTA CARO

Faces de Janus, deus que olha passado e futuro. No Renascimento, também passou a representar a sabedoria. 
O título deste post não é meu! É do Educador Financeiro André Massaro, a quem tive oportunidade de assistir em palestra há poucos dias. Vejo as últimas notícias e me pergunto: 

1. Será que o mundo e o Brasil vão me deixar viver mais que a média da minha família já longeva?
2. Será que as renúncias do presente instável valem um futuro incerto?

Acho que muita gente, neste momento, deve ter essas mesmas dúvidas. Para sustentar a minha fé na construção dessa longevidade, uso um referencial histórico. Meus antepassados superaram muitas barreiras da natureza. "Não fomos biologicamente programados para viver tanto!" - orienta André Massaro. Meus antepassados enfrentaram momentos econômicos e políticos muito críticos: Primeira e Segunda Guerras Mundiais, a travessia do Atlântico em condições precárias, antes de chegarem ao Brasil. Aqui, comparado ao que eles já conheciam, encontraram praticamente os alicerces de um país. Uma política difícil. Valores diferentes. Uma cultura eterna em fusão.

Meus antepassados tiveram pouco ou nenhum acesso a escolarização e menos ainda a tecnologias médica, sanitária, nutricional. Eles contaram apenas com uma genética obstinada, além de quaisquer estatísticas da época. Mas é por toda infinita capacidade de superação deles que estou aqui. E é principalmente pelo meu histórico familiar que hoje eu ainda acredito no futuro (se dependesse só das notícias diárias, confesso que não acreditaria mais). 

Mas, diferente dos meus antepassados, ao que tudo indica, não deixarei herdeiros e agregados. Diferente dos meus antepassados meu futuro terá de ser muito bem planejado. Longevidade custa caro! E a tecnologia financeira é uma ferramenta estratégica nesta história de evolução da vida. 

André Massaro se vale de incontáveis fontes para mostrar que, nas economias desenvolvidas, aposentadoria é o tema que mais preocupa os cidadãos dos Estados Unidos, Europa e Japão na área das finanças pessoais. Os maiores medos  falta de recursos, perda de autonomia financeira.

No futuro, muito a fazer!

Por carência de uma cultura previdenciária mais abrangente e sólida, no Brasil os cidadãos são mais imediatistas e basicamente desconsideram o futuro financeiro em suas decisões de consumo. Também passaram a ter acesso a orientações muito recentemente e ainda estão aprendendo a fazer planejamento de vida. Aqui o tema de finanças pessoais que mais causa preocupação é endividamento.

André Massaro explica que, quando o problema é financeiro, basta colocar dinheiro que o problema desaparece. Mas, se o problema é comportamental, então não adianta colocar dinheiro. Precisa mudar o comportamento. E aí está o diagnóstico do estágio de evolução sobre Educação Financeira e Previdenciária no Brasil. Ainda estamos aprendendo a lidar com oferta de crédito, consumo consciente, empreendedorismo [para compensar a incerteza do encolhimento do mercado de trabalho] e planejamento financeiro. As novas gerações enfrentam um cenário crítico e têm pouca referência sobre como sobreviver às instabilidades. Imagino - neste momento - seus pais também estejam revisitando as técnicas de sobrevivência dos antepassados para voltarem a acreditar no futuro.

A verdade é que o tempo não pára e ainda há muito a fazer, especialmente se considerarmos que, na Previdência Complementar, estão em debate propostas para a flexibilização de regras para oferecer, por exemplo, mais liquidez. Trata-se de uma questão em análise que, se aprovada, dará acesso ao patrimônio acumulado antes da aposentadoria. É uma demanda geracional que exige novas soluções.


Diferente da minha geração, que teve acesso a emprego e poupança previdenciária compulsória, a geração futura - para ter acesso a patrimônio previdenciário - vai depender de acesso a muita Comunicação e Educação Previdenciária. Para ter um planejamento que considere uma longevidade ainda maior do que a minha, a geração futura vai depender de acesso a muita Comunicação e Educação Previdenciária. Para ter um comportamento de consumo mais sustentável e menos imediatista, a geração futura  vai depender de acesso a muita Comunicação e Educação Previdenciária.



A longevidade custa caro. Mas estamos criando tecnologias financeiras para também solucionar essa novidade evolutiva.

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