terça-feira, 21 de junho de 2016

REDE ATUA PARA A EXPANSÃO DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA

É interessante saber que a Educação Previdenciária é um desafio global. A edição maio/junho da Revista Fundos de Pensão - n° 404 traz o artigo A educação financeira na Europa - atitudes e comportamentos têm maior influência sobre o planejamento financeiro do que o conhecimento propriamente dito.

O texto trata do trabalho da Rede Internacional de Educação Financeira da OCDE (INFE) na expansão e sistematização das práticas e programas, mas aponta para a dificuldade de monitoramento dos resultados.

Entretanto, objetivos como criar soluções para elevar os níveis de educação financeira especialmente entre grupos mais vulneráveis como aposentados, imigrantes, trabalhadores de baixa renda e jovens. Mas a população economicamente ativa também é um grupo de atenção, em razão do aumento do endividamento. A Educação Financeira, como mostra o artigo, é uma meta tanto para países desenvolvidos - Dinamarca, Holanda, Reino Unido, quanto para países em desenvolvimento - Eslovênia, Ucrânia, Sérvia, onde a população sequer tem acesso aos serviços financeiros formais.
"Um relatório elaborado pelo Money Advice Service do Reino Unido revelou que cerca de 8,8 milhões de britânicos (18% da população adulta do país) possuem dívidas em excesso, um conceito que abrange indivíduos que estejam com pelo menos três meses de contas atrasadas ou que tenham declarado que as dívidas são um fardo para a família. O estudo concluiu que 64% dos endividados são mulheres e 75% têm nos de 45 anos. Vale ressaltar que o alto grau de endividamento está diretamente relacionado ao nível individual de educação financeira".
Complexidade e desinteresse

O artigo explica ainda a complexidade dos produtos financeiros como fator que exige um empenho maior do público para compreender suas características. Isso termina desmotivando o interesse e o engajamento especialmente de quem tem menos experiência e conhecimentos financeiros como jovens, idosos e imigrantes.

Fico pensando que aqui há uma questão interessante. Em tempos expansão das fintechs, como o Nubank, (clique aqui) - que chegaram para competir com os bancos -além de taxas mais competitivas pelos serviços, essas startups oferecem também serviços mais simples e ágeis. E ainda apontam para o engessamento das estruturas financeiras tradicionais. No Brasil, os fundos de pensão estão começando a usar aplicativos financeiros até para alavancar resultados operacionais e financeiros, além da Educação Financeira e Previdenciária que também já chegou aos smartphones.



Fico pensando que - a exemplo do trabalho da INFE, o Brasil também precise de uma rede que reúna as boas práticas implantadas pelas Entidades Fechadas de Previdência Complementar. Aliás, isso é um projeto da Comissão Técnica Nacional de Educação da ABRAPP. Aqui, penso que seja importante uma interface futura com a Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF), em razão de se estender o trabalho para as crianças e jovens em idade escolar.



O mais importante é entender que a atitude financeira e previdenciária não se restringe à relação positiva com o dinheiro. Ela é uma mudança integral que envolve plano de vida sustentável. É preciso entender que, desde 2009, há uma crise estrutural global. Seus reflexos são desemprego, automação de processos, desigualdade. Atitude financeira e previdenciária é competência para desenvolver resiliência, adaptabilidade, liderança e vantagem competitiva neste cenário hostil. É neste ambiente que - curiosamente - estamos vivendo por mais tempo. 

É por isso que todos os instrumentos estratégicos devem convergir a favor da continuidade - das pessoas, das instituições, do planeta. Mais do que nos números, no comportamento estão muitas das chaves do futuro. 



Nenhum comentário:

Postar um comentário