segunda-feira, 31 de outubro de 2016

O FUTURO RESPONDE À FORÇA E À OUSADIA DO NOSSO QUERER


Esta é uma das fotos que ilustra a matéria Um mergulho nas águas termais de Piratuba, publicada em outubro pela Vice Brasil.  O que me chama a atenção nesta imagem é a faixa etária da público que visita esta cidade de Santa Catarina. É Brasil, minha gente! 

E o que o envelhecimento aqui no Brasil deverá ser diferente dos demais lugares no mundo? Bom, o exercício de prever o futuro não é muito simples. Mas há tendências. Segundo Paulo Tafner, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o ritmo acelerado com que a longevidade vai se instalar no Brasil deverá aumentar custos de uma forma generalizada (clique aqui). Na América Latina, nos próximos anos, a mudança etária na força de trabalho deverá reduzir produtividade (clique aqui).  
Velha Guarda da Portela

Talvez, o Brasil possa - como sugere o economista Eduardo Giannetti no livro Trópicos Utópicos - criar uma solução totalmente diferente para a economia clássica, assim como criou para a cultura. Uma resposta mais realista e diferente do status quo hegemônico, o American Way of Life - social, ambiental e financeiramente insustentável no médio e longo prazos.

Reforma da Previdência 

Desde 1988 até hoje - às vésperas de uma Reforma da Previdência Social em curso - são 28 anos sem que a sociedade tivesse uma oportunidade tão ampla para refletir sobre a questão do envelhecimento (cada vez maior) e do tamanho da proteção social (cada vez menor).

Sim! Todos os povos naturalmente envelhecem. Sim! Nós precisamos encontrar uma resposta local para um fenômeno global, ainda que as nossas condições sejam historicamente desfavoráveis, como este período de turbulências políticas e econômicas.

Somos estrutural e culturalmente diferentes! Se queremos fazer funcionar aqui os melhores modelos previdenciários do mundo, temos que criar oportunidades para o seu fomento, a começar por fatores críticos, como trabalho (com remuneração e condições dignas) e Educação. Um rumo positivo, de crescimento e emancipação para todos (clique aqui), ainda que a ideia desagrade à tradição de poder local.

Nas últimas décadas, os brasileiros foram cobrados e agora também querem resultados. Não tem mais ingenuidade! As estatísticas, métricas, diagnósticos e prognósticos já integram o cotidiano dos brasileiros, assim como o funk, o samba, o axé, o futebol e o Carnaval. Somos isso e mais! Por essas razões, é bastante razoável pensar que a resposta para a longevidade será intergeracional, interdependente, antropofágica. Vai combinar algorítimo com batucada, como no século passado Jackson do Pandeiro misturou chiclete com banana e nós estamos aqui, fazendo história, como os demais povos, mas do nosso jeito!
Velha Guarda da Mangueira
"Na prática, é claro, nada que é humano será perfeito, a começar pelo próprio pensamento utópico. Duas verdades medem forças. De um lado, está o princípio de realidade: se o sonho ignorar os limites do possível, ele se torna quixotesco (ou pior): um ideal de vida pessoal ou coletivo, seja qual for o seu conteúdo, precisa estar lastreado numa avaliação realista das circunstâncias e restrições existentes. Ocorre, porém, que a realidade objetiva não é toda a realidade. A vida dos povos, não menos que a dos indivíduos, é vivida em larga medida na imaginação. A capacidade de sonho e o desejo de mudança fertilizam o real, expandem fronteiras do possível e reembaralham as cartas do provável. Quando a vontade de mudança e a criação do novo estão em jogo, resignar-se a um covarde e defensivo realismo - 'uma aceitação maior de tudo' - é condenar-se ao passado e à repetição medíocre (ou pior). Se o sonho descuidado do real é vazio, o real desprovido de sonho é deserto. No universo das relações humanas, o futuro responde à força e à ousadia do nosso querer. O desejo nos move". Eduardo Giannetti, in Trópicos Utópicos [p.137-138].

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