quarta-feira, 25 de abril de 2012

CENÁRIO É OTIMISTA PARA PROFISSIONAL DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR


Ontem trabalhei no Encontro Regional Sudoeste, promovido pela Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar.

O tema central, claro, FUNPRESP - a Fundação de Previdência Complementar dos Servidores Públicos da União - que será em breve implementada. Foram dadas explicações técnicas - o modelo do plano e suas bases atuariais. Foram feitas as projeções sobre reversão do déficit no médio e longo prazos. Foram mostradas as estruturas de um trabalho que deverá, acima de tudo, colocar definitivamente em condições de igualdade profissionais das áreas públicas e privadas, pelo menos no que se refere a formação de reservas complementares para a aposentadoria.

Hoje, qualquer trabalhador do mercado sem essa reserva, se aposenta e recebe - no máximo - o teto do INSS como aposentadoria. Já o servidor aposentado mantém seus rendimentos similares ao servidor ativo, sem ter feito uma reserva financeira para justificar esse valor que, em geral, ultrapassa o teto do INSS.

De grão de areia a estrela

Mais do que uma questão de ajustes de cálculos e justiça social, o que mais me atrai nessa mudança que a FUNPRESP vai desencadear é a potencial inversão de valores no mercado financeiro e, consequentemente, junto à sociedade. 


Há mais de 20 anos, trabalho com Previdência Complementar. Sempre achei ambígua essa relação. Por um lado, o assédio do mercado financeiro afinal, no Brasil, o patrimônio dos participantes do Sistema representa 17% do Produto Interno BrutoEsse dinheiro movimenta a economia, gera empregos e, principalmente, está pagando a aposentadoria complementar para mais de 2 milhões de brasileiros que - durante suas carreiras - entenderam a importância e construíram o futuro que estão vivendo agora.

Apesar de todo esse cenário, sempre senti que o "ente" mercado - talvez pela origem, ou até mesmo alguns problemas enfrentados na consolidação do segmento - sempre tratou fundos de pensão como uma história à parte. Existiam reservas, talvez pontuais, mas nada que justificasse a generalização para a imagem de "patinho feio".

É engraçado! Há algum tempo, a Nike enfrentou um sério risco de imagem. Para ser competitiva, a empresa mantinha mão-de-obra infantil por meio seus prestadores de serviços. A história correu o mundo. E a Nike precisou e mudou.  Enquanto a Nike não mudava, o mundo não deixou de consumir tênis! Não houve generalização. Os consumidores migraram para outras marcas, mas o tênis continua a integrar o guarda-roupas da maior parte das pessoas, independente de idade, orientação sexual, estilo. A Nike é um caso clássico de comprometimento e recuperação de imagem e reputação. Mas existem outros na literatura sobre comunicação corporativa.

Fiz essa digressão porque acho que já é hora de o mercado reconhecer esse débito de imagem com o Sistema de Previdência Complementar, em função da profissionalização de lideranças e equipes técnicas que administram o patrimônio dos participantes do sistema; em função do crescimento do patrimônio e da economia, que será alavancado ainda mais pela FUNPRESP; ou ainda pelo cenário de queda de juros, que está determinando uma busca mais dinâmica e estratégica por resultados.

Quem acompanhou e viveu esta história sabe o quanto o profissional de previdência complementar se especializou. Sabe também que - diferentemente de outros segmentos do mercado -  esse profissional, por um componente genético, tem que ser bom para combinar tática e estratégia, isto é, gerar resultados competitivos e seguros. Ele está assumindo novas frentes de trabalho, que vão além de sua capacidade para administrar finanças. Hoje ele atua junto às pessoas como consultor previdenciário. O profissional de Previdência Complementar é e vai legitimar seu papel de agente de transformação social. Essa legitimação de um papel coerente, consequente e responsável vai mudar o quadro de profissionais no mercado nacional. Vai provocar novas demandas para a formação acadêmica especializada. Isso vai criar novas demandas sociais por relacionamentos simultaneamente humanos e técnicos.

A interpretação das informações apresentadas no evento do Encontro Regional ABRAPP é totalmente autoral. É a minha visão de futuro do papel que eu desempenho e da transformação da atuação profissional de muitos amigos que eu fiz e faço todos os dias. Trabalhadores comprometidos que me ensinam as possibilidades dessa essência de ser previdente.

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