domingo, 1 de abril de 2012

Como serão as narrativas empresariais do amanhã?


A pergunta é do prof. Paulo Nassar (http://aberje.com.br/acervo_colunas_ver.asp?ID_COLUNA=667&ID_COLUNISTA=28) com quem eu tive a satisfação de compartilhar um projeto acadêmico sobre censura em bibliotecas públicas. Mas, aqui, quero refletir sobre essa pergunta com base em algumas perspectivas: a comunicação, a educação previdenciária e a mudança social de comportamento.


Educação Previdenciária


Previdência complementar entrou na minha vida em 1991, quando fui contratada pela Fundação CESP para fazer revisão de conteúdos produzidos pela área de Comunicação Institucional. Pelo processo que utilizávamos, era clara a ideia de comunicação em massa. Cada mensagem que criávamos tinha que ter a maior efetividade possível, para garantir a melhor relação investimento/retorno.


Quando a instituição passou a mensurar índices de satisfação, pudemos constatar o que sabíamos intuitivamente: os canais de comunicação e relacionamento prestavam um grande serviço tanto à entidade quanto aos seus participantes.


Educação Previdenciária entrou na minha vida um pouco antes d'eu deixar a Fundação CESP como colaboradora e partir para o meu trabalho de consultora independente. Em 2008, junto de um grupo de comunicadores do Sistema de Previdência Complementar, acompanhamos o início de um movimento que, em 2009 se transformou em orientação legal. Foi assim que a Educação Previdenciária passou a ocupar um espaço cada vez maior nesse cenário que, três anos depois, com a iminente aprovação da FUNPRESP, tomará conta de corações e mentes, irreversivelmente.


Mudança social de comportamento


Nas escolas públicas da periferia de São Paulo, em 1970, os alunos poderiam ser agrupados em três categorias: 


1. os mais abastados, que usavam sapatos engraxados com meias brancas 3/4;
2. os remediados, que usavam Conga com meias brancas 3/4;
3. os pobres, que não tinham nem sapatos nem Conga e, por pouco, não andavam descalços.


Crianças pobres tinham que disfarçar a vergonha por irem à escola com suas sandálias havaianas encardidas e carcomidas, afinal as ruas da periferia também não tinham asfalto.Em 1970, as sandálias havaianas eram o símbolo nacional da pobreza. As azuis e verdes, especialmente. 


Alguns anos mais tarde, porque esse produto era efetivo em conforto e praticidade, as pessoas passaram a inverter as tiras. As cores, ao invés de solado, protagonizaram o relacionamento direto com a sola do pé. Surgiram as havaianas pretas. Não foi a empresa que reinventou o uso. Mas a sociedade que mudou o comportamento e expandiu o potencial do produto. A empresa desenvolveu o conceito de valor extraordinário que as pessoas atribuíram a um produto até então reconhecidamente ordinário. As havaianas ganharam qualidade e conquistaram o mundo.




Comunicação e educação previdenciária


Não consigo deixar de associar essa história à minha percepção sobre processo de expansão da Cultura Previdenciária. Precisamos, primeiro, vencer uma ideia socialmente valorizada sobre imediatismo, radicalidade, fim da vida a qualquer momento. 


Quem contribui com Previdência Complementar, por algum motivo, assumiu a segurança como estilo de vida e acredita que é preciso fazer escolhas inteligentes o tempo todo. Assim, a longevidade que a sociedade conquistou será experimentada da melhor maneira. 


"Há tempo para tudo", como ensina o texto sagrado. E, como a experiência do uso do tempo pode ter mais qualidade, a Educação Previdenciária também conquistará seu espaço em corações e mentes, porque - no Brasil - a sociedade está irrevogavelmente se transformando em razão de políticas econômicas diferentes e, mais recentemente, em razão de políticas previdenciárias menos paternalistas.


As narrativas empresariais do amanhã


Não sei como as demais empresas vão se engajar nesse movimento da história. Entretanto, desde 2009, um estado de prontidão muito consciente me fez acreditar que essa é a única forma de contribuir para a emancipação social. 


O dinheiro que eu não gasto e guardo para o meu futuro gera empregos, faz a economia crescer e voltar para mim, multiplicado. Assim, eu posso aproveitar o longo ciclo de vida que me pertence, da forma mais confortável e protegida possível.


Quando todos souberem que essa prática é simples e favorece a si, à sua família, à empresa que oferece o plano, à comunidade de colaboradores institucionais, à sociedade, à economia e ao país que - pelo aumento de poupança interna - se torna mais atraente aos investidores internacionais, a oportunidade de materialização do extraordinário será efetiva e a naturalização da prática da cultura previdenciária, uma realidade sólida.


Cabe a nós, profissionais de comunicação e de todas as áreas do conhecimento, que reconhecemos o valor da Previdência Complementar, despertar nossos pares de relacionamento para a polissemia e a polifonia desse conceito, ajudar a criar um imaginário rico e pleno das melhores práticas e atitudes que redimensionem a segurança como decisão e estilo de vida inteligente.



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