segunda-feira, 23 de abril de 2012

Mudanças: o incômodo depende do interesse



O Estado de São Paulo antecedeu a União na implantação do Fundo de Pensão para Servidores Públicos. Sem alardes, o governador Geraldo Alckmin fez o que precisava ser feito. Sei o quanto o tema Previdência Social é impopular. Na Itália, Sílvio Berlusconi, e na França, Nicolas Sarkozy, criaram grande agitação por terem de aumentar o tempo de serviço dos trabalhadores, para evitar maiores descompassos entre a arrecadação de impostos e o pagamento de benefícios de aposentadorias.


A imprensa está divulgando a possibilidade de uma paralisação dos servidores públicos dia 25 de abril, para intimidar o processo de aprovação da Funpresp - Fundação de Previdência Complementar dos Servidores Públicos da União - medida que, no médio prazo, traz a oportunidade de estancar o déficit da Previdência Social e, no longo prazo, equilibrar as contas públicas e redirecionar recursos dos cofres públicos gastos com a cobertura de aposentadorias dos servidores - sem formação de reservas - para a saúde e a educação.


A Funpresp, além da formação de reservas individuais, pode contribuir com o aumento da cultura previdenciária junto à população. É uma medida que, de imediato, traz mais clareza em relação à histórica desigualdade social no país. Por afetar somente os novos funcionários públicos - isto é, quem já é concursado não será atingido - é de se questionar: a quem realmente interessa essa resistência à mudança? Por que, em São Paulo, o novo modelo foi implantado sem grandes agitações? Como a Previdência Social pode mudar, sem que novas soluções sejam implementadas?

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