sábado, 12 de maio de 2012

DOMINGO, NO FANTÁSTICO

Eu vi o anúncio, mas não sei se consigo assistir ao programa do Fantástico que a Globo vai colocar no ar na noite de domingo, 13 de maio. O tema: comparação entre os métodos familiares de educação na China e no Brasil. Bom, imagino que - para começar - isso seja reflexo dos impactos dos dados do relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que foi divulgado esta semana sobre o qual eu escrevi aqui no blog (Educação & Produção de Riqueza).


Não se faz omelete sem quebrar os ovos


Só pela chamada, já fiquei incomodada! Vai ser aquela coisa esquisita de comparar laranja com banana. Sim, porque a cultura na China tem mais de cinco mil anos, só para começar! No Brasil, o que reconhecemos historicamente como cultura tem 512 anos. Diferença considerável! O oriental, na maioria dos casos, valoriza obstinadamente a disciplina e o trabalho como recursos para superação. Não foi sem motivo que os chamados Tigres Asiáticos ganharam competitividade econômica. O brasileiro também trabalha muito. Mas, reconheçamos, também adoramos a bandeira do discurso do milagre brasileiro generalizado, quer dizer, pela chamada do Fantástico, parece que o "jeitinho brasileiro" na educação será exaltado, como se fosse possível fazer omelete sem quebrar os ovos. 


Equilíbrio sempre!


Tudo bem, os orientais são radicais em muitas coisas. Entretanto, a gente sabe que foi um tiro no pé essa coisa de não deixar professor reprovar aluno, que a gente quis que fosse implantada aqui. Além disso, cometemos outro equívoco, combinado ao primeiro: a família terceirizou para a escola a responsabilidade de formar moralmente os alunos. Entretanto, a escola tem que fazer isso sem austeridade, sem limites, senão os alunos partem para a concorrência mais liberal. Regras de mercado na área do ensino, conquista nossa!


Estou apenas constatando fatos! Fui professora universitária e sei que quem paga não quer prova. Quem paga prefere entretenimento a conteúdo. Quem paga não quer reprovação. Quem paga tem razão. Quem paga se ilude muito em relação às próprias decisões, mas prefere ignorar isso! Não eram mais os pais que se iludiam. Alunos que davam duro durante o dia, trabalhando para pagar a própria graduação, preferiam o diploma à formação. 


Decisão do cliente = decisão da sociedade = nível de desenvolvimento e competitividade econômica global.


É matemática pura! É lógica pura! Se Cingapura, que é um país sem riquezas naturais consegue um dos melhores padrões de desenvolvimento humano e econômico do mundo é porque investiu pesado em educação. Mas os Cidadãos - com C maiúsculo - daquele país, em contrapartida, bateram os ovos que o governo quebrou e fizeram um delicioso omelete. Almoço grátis só existe em ratoeira, cara pálida!


Ah! Mas aqui temos muita riqueza natural! Sim! Mas, pelo que eu sei, a gente tem uma prática econômica reconhecidamente predatória e nada sustentável. Ou seja: agimos como o Jorginho Guinle agiu em relação à dilapidação da própria fortuna (também já contei essa história aqui) e corremos um risco desnecessário por pura imaturidade, irresponsabilidade que, em Psicologia, tem o nome de Síndrome de Peter Pan. Gigante pela própria natureza! Já és belo, já és forte! Mas - para o sucesso sustentável - precisa colocar o neurônio para malhar sem parar e trocar a conta da subtração pela de multiplicação... Sem mimimi!

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