sábado, 17 de maio de 2014

AUTORREGULAÇÃO DEPENDE DE EXCELÊNCIA TÉCNICA E PROTAGONISMO

"Tira o pé do chão!". No Brasil, este é um chamado que - geralmente em ambientes musicais - comanda a atitude de massa do estado de repouso para o estado de agitação. No mundo corporativo também existe esse mesmo tipo de comando, mas a reação é mais lenta. 

Trabalhei em três eventos em maio e estou com esse chamado me cutucando as ideias. Só que ele vem com outro vocabulário: "precisamos sair da zona de conforto; precisamos ser proativos". Isso quer dizer: "Tira o pé do chão!". O 2º Encontro Nacional de Governança, realizado pela ABRAPP, comemorou os dez anos de Resolução CGPC 13/2004. Ela trata de aperfeiçoamento da gestão por meio da gestão de riscos. 

Quando, em 2004, eu fui convidada a participar de um grupo de estudos para análise da Resolução 13, lembro que uma das minhas principais dúvidas era se o mapeamento de riscos - que priorizada fraude, risco operacional, segurança da informação, risco de crédito, entre outros - trataria dos riscos de imagem e proteção à reputação. Hoje, incluiria entre eles o risco de omissão, que afeta diretamente a excelência da Comunicação que é praticada pelo Sistema de Previdência Complementar. Afeta diretamente a consciência, a atitude, a Educação Previdenciária.

O 5º Encontro Nacional de Comunicação e Relacionamento dos Fundos de Pensão, também realizado pela ABRAPP, trouxe a questão do planejamento e da utilização das redes sociais. O avanço, em relação a 2013, é o reconhecimento inquestionável sobre a necessidade de ocupar esse espaço em rede, porque é lá que o participante e o assistido estão. Existem riscos, evidentemente, mas é aí que entra o planejamento, que deve incluir ações de prevenção e controle de riscos à imagem e a reputação institucional. 

Também devem prever o treinamento das equipes envolvidas no relacionamento com os públicos de interesse, que incluem diferentes segmentos, entre os quais, é possível citar Conselheiros, Patrocinadores e toda a sociedade.

Nestes dois eventos, para diferentes categorias de operadores da Previdência Complementar, foi reiterada uma mensagem: depois de dez anos de Resolução 13, vamos caminhar, precisamos evoluir para a autorregulação. Pela perspectiva dos profissionais de Comunicação, a experiência recente da ABRAPP que desencadeou a negociação e a suspensão da Instrução Normativa PREVIC nº 5/2013 até dezembro de 2014 abriu um espaço para que os Comunicadores contribuam e tenham um papel relevante nos trabalhos que serão realizados para materializar esse novo patamar de gestão, mais independente, mais autônomo.

Penso que - assim como auditores, advogados, contadores, atuários - os pareceres de Comunicadores devem ser solicitados, considerados e reconhecidos, quando as decisões e demandas envolverem ações de esclarecimento, compartilhamento de informação e Educação Previdenciária para os diferentes públicos de interesse institucional.

Comunicadores e profissionais de relacionamento precisarão saber de Leis? Sim! A interdependência entre os diferentes segmentos técnicos ficará mais evidente e fortalecida. Os diferentes segmentos técnicos terão que se aproximar e apoiar mutuamente.

Protagonismo e participação

O terceiro evento para o qual trabalhei este mês foi o Encontro de Assistidos EMBRAER PREV. Trata-se de um encontro presencial com o objetivo de refletir sobre planejamento de vida, cenários econômicos, resultados de gestão e perfis de investimento. É a segunda vez que acompanho os trabalhos e o que vi, além de um auditório lotado, foi uma participação intensa, um debate acalorado e consistente sobre a relação institucional e esse segmento de público de interesse que só vai crescer nos planos previdenciários: os assistidos!

Informados, conectados, atentos, preparados, exigentes - a intensificação da Comunicação, desde 2004, tem atuado para isso - os assistidos estão exercendo um protagonismo que exige excelência técnica e humana. A Nova Cara da Terceira Idade (clique aqui) é mais do que uma mudança em um conceito. É uma nova realidade social que está, evidentemente, mais próxima dos operadores da Previdência Complementar. 

Na próxima semana, vou atuar no Seminário de Perfis de Investimento EMBRAER PREV. É uma versão ainda mais pragmática desse trabalho presencial institucional, voltada para os participantes do Plano. Tenho certeza que sairei com esses questionamentos e demandas ainda mais pontuados e sem muita certeza sobre o que fazer, porque não existem receitas e o mundo é modo beta para sempre. De qualquer forma a experiência nos coloca conscientes da responsabilidade de atuar para mudar e o que estamos fazendo, sem dúvida, está dando resultados irreversíveis, irrevogáveis. Nosso compromisso agora é fazer com que eles ganhem em escala.

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