sexta-feira, 13 de novembro de 2015

SIMPLES & FÁCIL: VAMOS BRINCAR DE COLOCAR OS CONCEITOS EM PRÁTICA?

Para manter o equilíbrio, esteja sempre em movimento. Esta é uma lição de Albert Einstein que a maior parte dos profissionais que está no mercado de trabalho adota. Busca e aceita novos desafios, corre riscos, está permanentemente se aperfeiçoando. Nada de errado com essas escolhas.
Mas tem um aspecto que me intriga. Aprendemos o método na academia e desenvolvemos suas possibilidades com as oportunidades que a prática proporciona. Entretanto, em essência, nem a academia nem o mercado valorizam a simplicidade. A começar pelo vocabulário técnico. Cada área tem o seu próprio dialeto que, em geral, define uma especificidade e uma complexidade inatingível para a maior parte dos mortais. 
Sempre que eu preciso parar para decifrar o que uma expressão técnica quer dizer, aproveito para refletir também: a que interesses ela atende? Em geral, a resposta aponta para muitas direções, exceto o verdadeiro interlocutor daquela mensagem.
Vocabulário técnico não é feito para aproximar, mas para distinguir, distanciar, excluir. É reserva de mercado!

A inversão do processo

Comunicação e Educação são relacionais. Dependem de contato E a intradutibilidade técnica inviabiliza troca de sentido. Quando ninguém entende a mensagem, chega-se ao isolamento e ao fim. 
É nessas situações críticas que o Comunicador e o Educador são requisitados para restabelecer a conexão com o público de interesse da mensagem. 

O meu trabalho tem me dado oportunidades fantásticas de observar Educadores Financeiros e Previdenciários em ação. Eles desenvolveram uma capacidade comunicacional diferenciada. Talvez pela necessidade de escrever para blogues, criar conteúdos para rádio, interagir por meio de hang outs, todos eles usam a linguagem mais coloquial do mundo (inclusive palavrões). Não têm medo de serem simples. O objetivo é sempre compartilhar. 

Eles contam histórias, casos, dão testemunhos, usam metáforas e todos os recursos - do humor ao medo - para ilustrar teorias de todas as áreas: Neuroeconomia, Psicologia, Marketing, Economia Comportamental, Matemática Financeira, Investimentos. E o público acompanha com muito entusiasmo o choque de sinestesia. 

E aí eu me pego pensando no texto técnico que li [1] e na oportunidade que tive de acompanhar a entrevista que professor Diego Valero Carreras, da Universidade de Barcelona, concedeu à TV ABRAPP durante o 36º Congresso Brasileiro dos Fundos de Pensão. O professor, que é atuário, incorpora justamente o desafio "make it easy"  como chave para democratizar a proposta da Previdência Complementar junto à sociedade global. 




Fácil e simples não significa que não dá trabalho. Dá! E muito. Porque não existem fórmulas nem respostas prontas e definitivas quanto o assunto é Previdência Complementar. O professor Valero ensina:

"É preciso fornecer elementos conhecidos que possam ser bem recebidos pelas pessoas, permitindo-lhes tomar como ponto de partida um referencial simples que lhes seja familiar. Desde o primeiro momento, é importante que a informação seja favorável, gerando confiança e evitando mudanças substanciais no status quo inicial. Uma vez que a pessoa tenha compreendido a necessidade de dar início ao processo de poupança para a aposentadoria e esteja realizando aportes ao plano de pensão, é primordial continuarmos facilitando o processo. As informações posteriores, periodicamente transmitidas ao indivíduo, também precisam ser simples, claras e transparentes, contendo elementos que o participante realmente necessite conhecer, como qual deve ser sua expectativa de renda levando-se em conta a rentabilidade e as contribuições futuras. Muitas vezes, é inútil sabermos qual é o capital acumulado em determinado período – inclusive o quanto teremos acumulado no momento da aposentadoria – já que temos dificuldades para traduzir esses montantes num fluxo mensal de renda. Tais informações tendem a gerar uma falsa ilusão de riqueza, levando-nos a achar que os valores acumulados são suficientes para que vivamos bem o resto de nossas vidas".
Para mim, as redes sociais - que permitem o compartilhamento de conteúdos específicos em um formato mais relâmpago, matador e enxuto - são um caminho estratégico para a transformação da expressão. Pelas redes sociais, só faz sentido o que pode dar certo. Não há tempo a perder! 

Além disso, o trabalho de sucesso de Educadores como Gustavo Cerbasi, Mara Luquet, André Massaro, Samy Danna, Conrado Navarro é uma referência e uma inspiração para quem precisa atingir resultados efetivos na reconstrução de pontes, restabelecimento de conexões de valor e criação de novos sentidos e trocas simbólicas. Uma inspiração!

[1] A Neuroeconomia e a Economia Comportamental Previdenciária in Livro Técnico do 36º Congresso Brasileiro dos Fundos de Pensão, 2015, ABRAPP, p. 214 (clique aqui)

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