quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

OLÁ, 2017!

Imagem do festival russo Alfa Future People 
 Já parou para pensar como será 2017? O que muda em relação ao passado feito até agora? O que, no Brasil, vai acompanhar a vanguarda do mundo? Será igual? Todo mundo quer que seja melhor, é claro! O futuro que você imagina tem horizonte de quanto tempo? É mais tecnológico? Tem interface tecnológica? Inclui a diversidade produzida pelas alterações genéticas?

Estou em busca destas respostas. Não é possível, evidentemente, reduzir o horizonte do futuro a 2017. Mas há evidências de que 2016-2017 são datas emblemáticas para a história local... Talvez também para a global, com a eleição de Donald Trump. O tempo dirá.

Acho importante registrar uma mudança pessoal. Sempre fiz planos! Alguns eu consegui realizar, como planejei. Outros nem passaram perto. Os planos estruturais - educação, casa, profissão - mais ou menos aconteceram como eu imaginei. Tive que aproveitar as oportunidades e procurei não desperdiçar tempo. Desde 2015, notei uma mudança: meus planos para o futuro não são claros! Não consigo traçar com clareza algum alvo para perseguir. 

Talvez seja reflexo de muita informação sobre a instabilidade do cenário. Talvez seja uma questão de choque de realidade que vem com a idade. Talvez seja a obsolescência do mapa mental do século 20 que eu adotei e persegui - por influência das instituições com as quais convivi: a família, a escola, as empresas, a sociedade. Só que aquele mapa mentalperdeu validade no século 21. Nesta virada de ano, estou me sentindo à deriva, num tempo-espaço sem gravidade. Preciso de novas referências! É assim com você também, Cara Pálida?

Para me achar, li um pouco sobre futurismo (clique aqui). Está na moda! Tem gente dedicada a pesquisar padrões matemáticos que indicam tendências em relação ao futuro. É sério! Pela perspectiva da inovação, as previsões já para 2020 incluem TV holográfica, aumento da temperatura global, implantes cerebrais, impressão 3D para roupas e carros compartilhados. Essas anunciações podem nem ter surpreendido você. Mas - exceto pela temperatura - ainda não estão na sua rotina.Então, para ficar mais emocionante a história, vamos avançar para... 2030? Na linha do tempo do futuro, estão previstos: o colapso da União Européia, popularização da internet 65.000 vezes mais rápida do que o modelo atual 4G, veículos não tripulados e a volta de pessoas à vida em formato holográfico. Está bom? Em 2040, a telepatia virtual vai dominar as formas de comunicação. Os acidentes aéreos e o preconceito homossexual deixam de existir. Em 2060, os tratamentos de longevidade devem interromper o envelhecimento. Quer mais? Em 2070, o primeiro elevador espacial será lançado. Em 2080 haverá uma moeda global. Gostei do overwiew cujo propósito é melhorar as condições de preparo para experimentar as criações desses novos tempos. Mas, para desenhar os meus novos mapas mentais, preciso de outro tipo de história.


"Quando a crise é aguda, nada se vê no horizonte. Em uma viagem a trabalho à Argentina, em 2003, fui filmar um panelaço que saiu às ruas. Em determinando momento, perguntei a uma mulher por que ela estava na manifestação e ela respondeu em tom de aflição: 'No hay futuro, no hay futuro'. Entendi então que é isso que derrota uma pessoa, um país.Em épocas de transição, com abruptas mudanças de cenário, previsões categóricas envelhecem". Mírian Leitão em História do Futuro - o horizonte do Brasil no século 21

Agora sim! Acho que o meu futuro é mais humano. Sou um serumaninho do século passado. O mundo tinha outro ritmo, outras exigências. E, lendo Mírian Leitão, fica mais fácil reconhecer uma suspeita: "o arcaico é tinhoso!". Nessas poucas palavras, é mostra um traço muito local, muito brasileiro! A gente muda, mas a resistência do passado dificulta muito o processo. 

Uma das perguntas que sempre me faço: escolhas de longo prazo fazem sentido neste cenário de mudanças cada vez maiores e mais rápidas? Nesta leitura de Mírian Leitão aprendo o quanto a minha angústia é imediatista. O futuro real não é nada perfeito, não é fácil, mas tem oportunidades sim! 


"A minha convicção é que o Brasil tem projeto, ao contrário do que tantos pensam, e o vem construindo por etapas. E que se tivermos clareza dos desafios, das chances e dos riscos que já estão contratados será mais fácil nos prepararmos para eles. Cada avanço exigiu um esforço enorme de construção de alianças modernizantes. Temos vivido uma história de superação. A linha do tempo das últimas décadas mostra que o país passou bem por uma lista impressionante de desafios: venceu a ditadura, a hiperinflação, passou a avaliar a qualidade da educação, rompeu a paralisia diante da exclusão de pobres e negros, reduziu a pobreza. Enfrenta a corrupção de forma surpreendente". Mírian Leitão em História do Futuro - o horizonte do Brasil no século 21
Mas há que se resgatar e fortalecer valores para se fazer essa travessia da transição, até que o horizonte volte a ter definição e se estabeleça com mais clareza os pontos de referência que parametrizarão as relações com o futuro. Alguém sabem como serão as relações trabalhistas daqui para frente? Alguém sabe se mesmo os trabalhadores formais terão direitos respeitados? Alguém sabe se os trabalhadores informais aceitarão concorrências desleais, condições desumanas para sobreviver no mercado? Alguém sabe como será competir com a produtividade de robôs em funções não operacionais?
 "Aprendi que, mesmo em um tempo nervoso, quando a terra treme, a utilidade de uma conversa sobre o longo prazo permanece. [...] Vivemos o tempo do imprevisível e nunca foi tão importante pensar no futuro". Mírian Leitão em História do Futuro - o horizonte do Brasil no século 21
Os valores de cada um e de todos nós revelarão nossas escolhas e o futuro que viveremos. Por isso, vou encerrar este post com um depoimento que registrei em novembro para a TV ABRAPP. Tive a satisfação e a responsabilidade de interagir com o filósofo Luiz Felipe Pondé sobre governança e compliance. E, num relâmpago, ele refez a linha histórica dos valores de Aristóteles até a Lava-Jato para mostrar que sim! Nós estamos fazendo essa ponte para o futuro. Sim! Para que o futuro seja o melhor, produtivo, cheio de evolução e facilidades tecnológicas, dependemos muito e antes do serumaninho que está em nós. E sim! O alicerce da transição do tempo é intangível. É sustentado por valores.


Com este vídeo eu encerro este post. E aviso: além de Mírian Leitão, que me ajuda a entender a matéria, estou lendo os cinco volumes que integram a série Análise da Inteligência de Cristo, de Augusto Cury, para aprofundar o mergulho nos valores que resistiram aos maiores testes de estresse e ao tempo. Feliz 2017+. Feliz futuro para todos nós!

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