domingo, 27 de maio de 2012

DESCABELADAMENTE FELIZ



‎"E ela não passava de uma mulher... inconstante e borboleta."

Clarice Lispector


Profissional autônomo, consultor independente, empreendedor individual. Tem gente que assume essa aventura por opção. Mas eu resisti muito à ideia, porque durante toda a vida fui condicionada a acreditar que esse não fosse o meu perfil. Durante 25 anos, fiz minha carreira junto a empresas de diferentes setores: Comunicação, Processamento de Dados, Educação e Previdência Complementar. Então, nem por decreto, imaginava tomar outro rumo profissional na vida. Esse posicionamento rígido criou uma distorção no meu comportamento. Porque eu demorei três anos para processar uma informação muito simples: tudo pode ser tudo!


O primeiro sinal que recebi sobre isso foi da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar, quando fui contratada para fazer o acompanhamento e apoio do Programa de Educação Previdenciária, em 2010. Aceitei apostar no trabalho, não em mim. Por isso, mudei a atividade, mas não a atitude.


No mesmo ano, outro sinal: o SARAHPREV me contratou para desenvolver conteúdo para um portal que foi para o ar em 2011. Apostei no trabalho e fiquei feliz com a satisfação da equipe que estava comigo. Também mudei a atividade, mas adiei a atitude.


Ainda em 2011, a PREVI pediu uma palestra que reunisse Comunicação e Motivação. Soube do resultado em setembro e comecei a desconfiar que alguma coisa tinha mudado em mim. 


Abre-te Sésamo!


Talvez essa tenha sido a abertura. Talvez tenha sido o processo de escrever uma monografia com Marisa Santoro Bravi (MSB Consultoria). Talvez tenham sido as intermináveis conversas com Rosana e Márcia Rocha (Sentire - Anotações Técnicas), Nivaldo Cândido de Oliveira Jr. (Suporte Consultoria e Treinamento), Débora Walter (Fundação Banrisul), ou com a minha irmã Lilian Miraglia (profissional independente, como eu, e que - há muito tempo - me deu um boá pink). Fato é: tem muita gente nesta lista. Em três anos muita coisa, muitas pessoas, muita experiência foram necessárias para expandir dimensões pessoais e profissionais.


Mas é a consciência que faz o profissional autônomo, o consultor independente, o empreendedor individual entender e curtir sua própria jornada. Não se trata de ser reconhecido, mas o inverso: reconhecer as pessoas e os sentidos que movimentam o seu universo particular. Esse posicionamento, por si, desencadeia a expansão da consciência.


Empresas investem nessa estratégia: monitoram clima, fazem ajustes por meio de treinamentos de liderança, motivação, relacionamento. Incentivam o empregado a ir além nos resultados por meio de diferentes estímulos. Já o empreendedor individual tem que ser como Ali Babá, observando o comportamento de sucesso dos grandes grupos, para encontrar os próprios tesouros.


A gente quer dinheiro e felicidade


Em 2011, conheci - no Rio de Janeiro - Gláucia Murca. Mineira, ressentia o frio de Curitiba, onde morava. Estava sozinha, com saudade da família. Como eu, participava da segunda edição do Encontro Nacional de Comunicação e Relacionamento da ABRAPP. 


Era época do aniversário da Gláucia!  Por isso, gênia, decidi fazer um gesto de solidariedade. Queria disfarçar ausências com música e, claro, calor de festa! Um desastre imediato. A Gláucia, primeiro, chorou. E eu quis morrer por isso. Depois o plano terminou funcionando. Ela sorriu e ficamos amigas.


Na semana passada, nós nos reencontramos na nova edição daquele evento. Ela, muito feliz, agora morando na Cidade Maravilhosa. Eu, descabeladamente feliz! Afinal, que comunicador não enlouquece diante de um desafio de fazer as pessoas atuarem como agentes de transformação, formadores de opinião? O Fernando Senaha (Chá com Nozes) registrou o momento. 


Mas a foto não mostra que, quando encerramos a entrevista (em breve, na TV ABRAPP), a Gláucia, filha apegada, queria mandar um beijo para a mãe e o pai pela TV. E não revela o abraço e, principalmente, as palavras lindas que a Gláucia disse e que exigiram de mim um controle sobre-humano para não chorar... eu precisava trabalhar, sem desmanchar o rímel. Danada, essa Gláucia!


Pensei em retocar a foto, antes de publicar, para ajeitar o meu cabelo. Mas lembrei de um descabelado que, há muito, faz a minha cabeça, ins-pira o meu coração e só ajudou a mudar o mundo. Lembrei que empresas, quando conquistam resultados, fazem festa e estouram fogos de artifício. Olho esta foto e, como empreendedora individual, vejo festa, luz e felicidade nos meus olhos. Não dá para esconder!


Então, finalmente, percebo que tenho tempo e histórias demais que tornam a minha vida autêntica, legítima, espontânea, preciosa em todas as suas manifestações. E já está mais do que na hora d'eu assumir minha vida como ela é e quer: p-e-r-f-e-i-t-a!  Assim como minha carreira. São 28 anos mergulhada em um trabalho que eu aprendi a amar e que me realiza todos os dias. Nada precisa de retoques quando a consciência torna os olhos sensíveis para reconhecer - na energia que cria, pilota e vive em todos nós - Deus.

2 comentários:

  1. Querida Eliane, depois destas nobres palavras foi possível perceber como podemos expressar nossos sentimentos com lindas palavras e com um forte abraço. Receba o meu carinho e os meus sinceros cumprimentos e agradecimento pela excelência do seu trabalho e grande manifestação de carinho. Um grande abraço, Glaucia Murça

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    1. Querida Gláucia, fico feliz por ter registrado. Sou melhor, por ter vivido a experiência e parte de seus desdobramentos. Porque essa história ainda vai ter muitos outros encontros e capítulos para contar! Beijão, linda!

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