segunda-feira, 7 de maio de 2012

DO LIMÃO À LIMONADA, OU MELHOR, 
À CAIPIRINHA. DEFINITIVAMENTE, SAÚDE!


O professor Ivan Sant'Ana Ernandes (PUC - MG / Programa de Educação ABRAPP) finalizou seu curso sobre Atuária em São Paulo e, às pressas, para não perder o horário de embarque de volta a Minas, me entregou a Revista TAM nas Nuvens, indicando duas leituras: 


- Um novo jeito de conversar (fiz o post sobre ela ontem, mas merece pelo menos mais três)
- Salinas destilada.


Professores costumam ter, além de um estado diferenciado de prontidão, uma intuição esquisita, para usar adjetivos contidos. O gesto do professor tinha dois propósitos:


1. Compartilhar uma empolgação mútua sobre práticas institucionais de comunicação (a primeira matéria trata de um novo projeto da TAM chamado Diálogos).
2. Revisitar uma história antiga, com novos argumentos, sobre um tema etílico que, para mim, vai além da apreciação teórica: a cachaça. 


No caso, a cachaça de Salinas - evidentemente - porque apesar de carioca, o professor Ivan é naturalizado mineiro convicto e ardoroso. Além disso, Salinas é considerada grife para os conhecedores que agora recebem o suntuoso nome de cachacieur. Qual o efeito que tudo isso faz nas ideias de uma paulistana?


Música maestro!


Nos anos 1980, os ouvidos da moçada na então Terra da Garoa eram disputados por duas tribos locais. O Língua de Trapo e o Premeditando o Breque, bandas de pura irreverência. E foi o PREMÊ que, em Éssepê, lançou um hit chamado Pinga com limão!, ode aos cachaceiros, pingólogos ou pingaiolos de plantão, como eu vi escrito em um clipe do Youtube. Fica aí a trilha sonora deste post. E também uma explicação sobre um jeito que eu sempre defendi de tomar cachaça: pecado é "trem bom guardado na garrafa". Por isso, para mim, vale a máxima: pura ou misturada, desde que bem dosada.




De volta às Minas Gerais, Havana, considerada a melhor cachaça de Salinas, alheia às instabilidades do mercado e contrariando tendências, tinha tudo para sumir do mapa, depois da morte de Anísio Santiago, seu criador. Entretanto, Osvaldo Santiago, herdeiro do mestre, assumiu o controle e redimensionou o negócio. Hoje, o preço de uma garrafa  varia entre R$ 250 e R$ 900.


Educação financeira em Salinas


Os trabalhadores e moradores de Salinas discordam de mim nos hábitos etílicos, com base em evidentes e coerentes princípios financeiros. Reconhecem que a cachaça engarrafada vale mais do que o prazer proporcionado pelo seu consumo. Por isso, preferem receber seus salários em produto, ao invés de em espécie. Agora, o que mais me chamou a atenção na história é outra "raridade" da terra.


Em Salinas, Antônio Eustáquio Rodrigues é considerado o Rei da Cachaça, dono das marcas Seleta, Boazinha e Saliboa. E, daqui em diante, eu vou transcrever a matéria da Revista TAM, para deixar o post mais imparcial: "Com 25 dentes de ouro, e uma longa barba branca, está quase sempre acompanhado de sua mula de estimação, com quem vive passeando pela cidade. Sob o disfarce dessa persona excêntrica que inventou para si, Antônio mantém seu espírito empreendedor longe das vistas dos salinenses: está guardado nas dez casas que possui na cidade e na zona rural, onde espalha cartazes de incentivo aos funcionários e livros de autoajuda financeira".


Isso significa um educador em PLENA E ILIMITADA atividade! E a lição de matemática é simples, baseada nas operações de divisão e multiplicação, mais coração e menos razão. Quando o ser humano divide com o seu semelhante o que tem com sobra, Deus lhe dá 999 vezes a mais”. O segredo do sucesso é saber compartilhar. Então, obrigada professor Ivan Sant'Ana Ernandes por compartilhar comigo esses "dois dedins di prósa. Eita trem que rende dimais! ".


Para saber mais, clique:
O rei da cachaça  
Salinas abre o festival mundial da cachaça

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