sábado, 16 de junho de 2012

SEMANA SINGULAR E PLURAL


Sabe aquela sensação de não saber avaliar direito o valor do presente que se ganha? Uma mistura de euforia com susto, porque você sabe que a consciência vai chegar aos poucos e revelar a sua transformação? Bom, é isso que está acontecendo comigo agora. Quanto mais eu penso nos dias 12, 13 e 14 de junho, mais eu me convenço que vou escrever muito sobre ela, sem conseguir esgotar o assunto.


Uma ideia - que não é minha - está reprogramando o meu olhar sobre o que eu penso e faço, ressignificando minha atuação como profissional e ser humano. Roberto Eiras Messina, num gesto de pura gentileza, explicou rapidamente o início de uma revisão do conceito da relação estabelecida entre direito público e privado, que ele promete desenvolver em um novo livro, artigo, ensaio... Eu ainda não sei ao certo.


Eu só consegui entender a explicação porque já havia me interessado um pouco sobre isso. Por influência do professor Gil Giardelli,  sigo pelo Facebook a comunidade Diga não à Inércia que, entre outros assuntos, se propõe a discutir os efeitos e reflexos da apatia política assumida pelos brasileiros que acreditam justamente nessa convenção assumida como verdade, que segrega e distancia as esferas pública e privada. A omissão efetivamente abre espaço para os baixos índices de consciência e atuação cidadã.


Comunicação e sustentabilidade


Esses flashes relativamente recentes da minha história pessoal fazem conexão com uma leitura mais antiga e linda do trabalho de Clay Shirky sobre as redes sociais. O professor do Programa de Telecomunicações Interativas da Universidade de Nova York, no livro A cultura da participação, explica que o uso das redes sociais pode ser analisado didaticamente sob três aspectos principais: 


1. entretenimento: que estimula uma baixa frequência de relacionamento, normalmente ligada as questões de divertimento individual e sensações de gratificação imediata.
2. social:  as pessoas passam a se agrupar para buscar solução para um problema como, por exemplo, carona para o trabalho, festa em uma casa de praia. Neste uso específico das redes sociais como ferramenta de interação, o relacionamento adquire um propósito coletivo, que envolve um nível maior de compromisso e participação. As pessoas começam a estabelecer objetivos com um nível diferenciado de consciência e exercício de consenso.
3. político: esse é o estado da arte na utilização das redes sociais. A Primavera Árabe e os demais movimentos de transformação política no mundo estão cheios de exemplo do uso das redes sociais como canal de exercício e expressão democrática, de busca por uma consciência cidadã mais ampla. É a mais pura mistura entre as esferas pública e privada, individual e cósmica.


Se você, cara pálida, acha tudo isso muito teórico, preste então atenção na parceria de trabalho de biomonitoramento entre os Índios Suruís e a Google. Além de demonstrar o alto índice de consciência cidadã e atuação política, também aponta para os reflexos da inversão do poder político a favor da democracia e da cidadania. A matéria - maravilhosa - é de André Trigueiro, divulgada pelo Jornal da Globo.
http://globotv.globo.com/rede-globo/jornal-da-globo/t/especiais/v/indios-suruis-usam-celulares-e-gps-para-defender-a-terra-do-desmatamento/1983089/

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