terça-feira, 14 de agosto de 2012

EDUCAÇÃO: TEM GENTE QUE DISPENSA

Matéria do Estadão de hoje: Famílias comprometem até 42% da renda com dívidas, diz estudo (clique aqui, para ler a reportagem). A pesquisa, em resumo, afirma que a chamada Classe C é a que mais  entra no bolo de neve e toma empréstimo para pagar dívida. Paga juro sobre juros e, claro, demora mais tempo para reabilitar a saúde financeira da família. Os juros pagos para as administradoras de cartão de crédito chegam a 323% ao ano aqui no Brasil.

Tenho dúvidas sobre como esse problema pode ser tratado. Ele é estrutural, não é exclusivo no Brasil,  e tem preocupado inclusive de instituições internacionais como a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT). 

Depois de quatro anos observando alguns Programas de Educação Financeira e Previdenciário, sei que resultados são possíveis, mas existem políticas públicas que precisam   ser implantadas, para que esse quadro ganhe outro desenho. 

As Entidades que hoje fazem esse trabalho ainda são poucas e, em geral, com recursos financeiros reduzidos. Os Programas atingem diretamente o trabalhador ou o aposentado, mas nem sempre é extensivo à família. Por isso, a mobilização tem que ser maior para modificar comportamento de uma forma mais expressiva. Nas Escolas Públicas a Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF), como projeto piloto, começou a atuar há praticamente dois anos.

Enquanto os apelos para o consumo forem um bombardeio publicitário apoiado por políticas econômicas unilaterais, não há como fugir a este cenário de desequilíbrio e falta de saúde financeira das famílias. O que é pior, sem poupança interna, a economia fica tão vulnerável quanto sem consumo. Consumo não é cidadania, definitivamente! Lembro da entrevista do professor Gil Giardelli (ESPM) à TV ABRAPP afirmando que o excesso não é bom. Mas como controlar a compulsão? 

A compulsão, antes do objeto do desejo, é pela ideia de satisfação que esse objeto pode provocar. E, por ser tão mais incrível que a realidade, provoca frustração ao se realizar... No máximo uma satisfação transitória, pouco relevante.


Não é caso de pessimismo, mas de uma certa aflição. As pesquisas são incontáveis e apontam para a mesma direção. Não há dúvidas que o consumo desequilibrado causa danos imensuráveis para todos e também para o planeta.

Sei que uma das formas de comunicação mais poderosas é o EXEMPLO. Por isso, hoje, penso que precisamos criar políticas que - ao menos - façam as pessoas agirem mais conscientemente e transformarem suas escolhas.  Sem atitudes concretas, a favor de um mundo melhor, continuaremos vivendo uma realidade aquém dos nossos sonhos. Ou, como tão bem sintetizou Albert Einstein:


"Não há maior sinal de loucura do que fazer uma coisa repetidamente e esperar a cada vez um resultado diferente".

Nenhum comentário:

Postar um comentário