quarta-feira, 19 de setembro de 2012

COMUNICAÇÃO: DESENVOLVIMENTO PERMANENTE

Escrever e articular conteúdos diferentes sempre foi a minha forma favorita de trabalhar com comunicação. Porque o texto é plástico quem interage com ele tem essa liberdade para moldá-lo, num processo aristotélico de engenho (90%) e arte (10%).

Mas o que parece muito simples -- porque a gente aprende no berço a produzir os primeiros sons, que se transformam nas letras da alfabetização e são naturalizados nos conteúdos dos livros, jornais, televisão, cinema, jogos eletrônicos, mídias sociais -- nem sempre está sob nosso controle.

Falar em público: salto sem rede de proteção

Quando se trata de fazer conteúdo para televisão, aí a gente percebe o quanto se está protegido fazendo texto atrás de uma tela de computador, impresso em uma revista, nos meios acadêmicos, nas salas de aula.

Você faz o imprescindível planejamento, mas cada situação tem uma novidade, uma interface, o conteúdo escapa àquela estrutura que você imaginou, enquanto estruturava o conceito. Isso me faz lembrar uma lição do professor da ECA/USP Clóvis Barros Filho, que eu publiquei aqui no blog, mas que eu vou parafrasear agora: o diálogo é o espaço do espontâneo. E, quando se registra e transmite o diálogo por um canal de tv, ele assume vida própria. Tem sempre um aspecto que transcende ao controle.

Então, a gente tem que ter coragem para lidar -- primeiro -- com o medo de falar em público, que é considerado o líder do ranking entre aqueles medos que oprimem as PESSOAS. Segundo -- como o desapego. Nunca deixar de planejar, mas respeitar a independência que a expressão exige para se manifestar. Somados, significam um salto sem rede.

Parece simples mas, para mim, não é. Só que eu acho lindo. E, não raro, eu me pego comovida com o pensamento que ganha forma na expressão das PESSOAS. Claro que não se trata de qualquer pensamento, porque existe diferença entre ruído e conteúdo. 

Faço referência ao pensamento síntese, comprometido com princípios e valores, e que se manifesta para transformar corações e mentes, porque é pleno de si, mas é interdependente em relação com o outro. É um processo que exige do interlocutor muita habilidade e estratégia. Mas - uma vez realizado - tem o potencial de fazer acender novas luzes no universo.

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