segunda-feira, 24 de setembro de 2012

O QUE PASSA PELA SUA CABEÇA?

A experiência profissional me coloca em contato com o que passa pela cabeça de muita gente. Na semana passada, por exemplo, assisti à brilhante palestra do professor, filósofo  Clóvis de Barros Filho (USP) sobre confiança, tema sobre o qual já escrevi aqui, mas com base em dois outros autores: Marco Túlio Zanini (Fundação Dom Cabral) e do consultor internacional Jeffrey Gittomer.

As abordagens são diferentes e, ao mesmo tempo, complementares. O que distingue, neste momento, o trabalho de Clóvis de Barros Filho foi ele ter tratado de uma forma muito objetiva a confiança e a desconfiança como valores interdependentes. No ambiente de trabalho, a ingenuidade pode colocar muita coisa em risco. Profissionais lúcidos procuram equilibrar essas duas correntes que se opõem entre si.

Entretanto, a genialidade de Clóvis de Barros Filho trouxe um elemento a mais à reflexão sobre confiança. Com base em diferentes autores, em uma hipotética situação de escolha o professor afirmou pessoalmente optar pelo desequilíbrio a favor da confiança. E, num encerramento discursivo apoteótico, explicou que a justificativa era em razão da felicidade - atributo de um instante de vida.

Confiamos - como profissionais e como PESSOAS - porque por breves instantes em toda uma vida podemos ser e fazer as PESSOAS felizes, quando correspondemos e somos correspondidos nos votos de confiança que fazemos. Essa relação, tecnicamente, termina se desdobrando em fidelização do cliente, para aqueles que querem se manter no âmbito da razão. Mas a emoção é a contrapartida da razão, sempre.

Depois de um show sobre o qual a minha memória permite esboçar apenas alguns flashes, eu me pego pensando no privilégio que é assistir ao espetáculo do que vai na cabeça dessas PESSOAS que, além de ensinar, brilham e, por alguns momentos, são e nos fazem felizes.

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