terça-feira, 25 de setembro de 2012

DOIS DIAS LONGE DE SÃO PAULO

Nos próximos dois dias, deixo São Paulo de volta ao Rio de Janeiro. Vou acompanhar o seminário O desafio da alocação de investimentos em cenários de crescimento e juros baixos, promovido pela Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (ABRAPP). Para saber mais, clique aqui.

O tema é um pouco denso. Mistura um pouco de estratégia (como ganhar mais) com um assunto que eu adoro ouvir: economia local e economia global

Adoro ouvir, porque são interpretações de áreas do conhecimento que eu não domino. 
O que vai na cabeça de outras pessoas é a primeira peça do quebra-cabeças pessoal que eu monto a partir de um elemento que não é meu.

Outro jogo que eu estabeleço nessas oportunidades: presto atenção à expressão que as pessoas utilizam. Isso foi minha avó quem me ensinou, quando me contava infinitas vezes aquelas histórias infantis e mudava um detalhe sutil, para testar minha atenção. Eu revivo, pelo trabalho que faço, um dos relacionamentos mais importantes da minha vida. Por mais que tenha lido teoria de comunicação, nada é mais significativo do que esse gesto de amor e educação intuitiva da minha avó comigo.


O terceiro jogo que dá para fazer, aproveitando ao máximo a oportunidade de encarar um admirável mundo novo, é formular significados, interpretações. Bom, aí é um pouco mais arriscado. Porque você tem que colocar a sua leitura à prova, para não cair na armadilha dos devaneios. 

Parece ficção, não é? Mas é puro método! Daí os meus repertórios técnico e acadêmico entram em ação! Um cientista é um investigador. Um jornalista é um colecionador de informações que se transformam em expressão quando são devidamente articuladas. Fatos e evidências são devidamente separados, porque ancoram a expressão dos questionamentos. O resto é exposição. Dar a cara a tapa e saber ouvir. Porque, diante dos luminares, você tem que assumir que é leigo, tem apenas intuição, hipóteses e nenhuma certeza.

Tudo bem! Para ser paulistano é preciso saber um pouco de tudo junto e misturado. Para ser paulistano, é preciso estar predisposto ao diálogo, a pedir e dar informações, a trocar referências. Não adiantam os mapas mentais antigos, porque a cidade e os comportamentos mudam muito e se expandem sem parar.

Talvez São Paulo seja a metáfora imediata para explicar literalmente o amanhã! Oportunidades num caos exigem um estado de atenção diferenciada para serem aproveitadas. A experiência é transformadora sempre. A metáfora é também metamorfose. Metamorfose ambulante, como disse o poeta baiano. São Paulo prepara as pessoas para a metamorfose, a novidade, o nomadismo sempre!

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