quarta-feira, 21 de novembro de 2012

INFLUÊNCIA: VOCÊ EXERCE ESSE PODER?

Todos têm e exercem esse poder - consciente ou inconscientemente! A diferença está aí: na intenção. E na dose também. Porque o excesso para mais pode significar o que José Saramago define como "tentativa de colonização do outro". Em uma só palavra: manipulação.

Hitler - a serviço da guerra e domínio do mundo - e muitos comunicadores funcionalistas - a serviço do mercado - até hoje são adeptos da manipulação como técnica de reconhecido sucesso na produção de mensagem. Claro! Adotam outros nomes, mas os propósitos são explícitos: resultado no curto prazo; decisão inconsequente; impulso. O curioso é que alguns desses profissionais criticam esse imediatismo e essa alienação das PESSOAS ("influenciáveis"), quando a atitude delas favorece interesses que não os próprios.


Seria ingenuidade limitar essa reflexão à crítica, porque os resultados de uma campanha de comunicação são mensurados pelo número de PESSOAS que adotam um comportamento proposto por uma mensagem. Quanto mais, melhor sempre! A pergunta é: a qualquer preço? 

Como eu avisei há alguns dias, comecei uma nova leitura: Estratégias em mídias sociais - como romper o paradoxo das redes sociais e tornar a concorrência irrelevante, de Fábio Cipriani

O livro foi patrocinado pela Deloitte. Aliás, Fábio é gerente de Estratégia e Mercado naquela empresa. Mas tem uma proposta interessante para esse trabalho: ao invés de analisar tecnologias, dedica-se a estudar PESSOAS.

Daquilo que já li, entendo que Fábio Cipriani tem uma proposta mais sustentada de relacionamento e estratégias de comunicação, sem perder o enfoque de escala.

Fábio Cipriani fala do poder da capacidade de influência social - espontânea ou não -  normalmente apoiada por boas ou más experiências de uso de produtos e serviços. Essa influência é exercida por consumidores em ação nas redes sociais. 

As empresas mais visionárias estão administrando estrategicamente essas informações. Muitas, entretanto, mantêm-se na retaguarda desse processo evolutivo inquestionável.

"[...] a declaração de outro usuário on-line pode perfeitamente moldar a opinião de um potencial cliente, motivando-o para a compra, e essa declaração pode estar acessível com uma mera busca no Google, com perguntas em fóruns de discussão ou no Twitter, ou opiniões passivas, nas próprias lojas on-line". (Fábio Cipriani, Estratégias em mídias sociais, p. 53)


Quando as escolhas são um dilema 

Fábio Cipriani afirma que as escolhas podem ser um dilema para quem está diante de muitas opções. Não foi sem motivo que, recentemente, a Natura optou estrategicamente por enxugar o catálogo de produtos. Essa informação é relevante em um momento em que se estuda - por exemplo - oferecer planos de saúde ou poupança para educação, ao invés de insistir na cultura previdenciária em cenários de evidente aumento da longevidade e redução de ganhos com juros.

A saúde e a educação seriam - certamente - apelos significativos para a poupança e a captação de recursos. Mas estariam desassociadas da ideia imediata de aposentadoria e qualidade de vida na fase em que se deixa o mercado de trabalho.

Talvez - e essa é uma hipótese declaradamente precipitada e sem o compromisso de acerto, ou seja: exercício de especulação - a estratégia mais funcional, para o fomento do Sistema e a disseminação da cultura previdenciária, fosse investir em processos para despertar a consciência da necessidade de consumo (não participantes) simultaneamente à consolidação da satisfação do consumo (participantes e assistidos) de produtos previdenciários (com foco na aposentadoria)! 

Ah, muito bem, Colombo, colocou o ovo em pé! Agora explica: como? 

Por meio de comunicação dirigida, que transforme o segundo nicho (participantes e assistidos) em formadores de opinião e referência para o primeiro nicho (não participantes).

A técnica pode ter também outro foco: patrocinadores e não patrocinadores, instituidores e não instituidores. Agora, com a FUNPRESP: órgãos públicos aderentes e não aderentes à proposta da Previdência Complementar dos Servidores Públicos da União.

Falar parece fácil!

Por enquanto, é só reflexão que estou fazendo aqui. Mas, quem garante que essa semente não possa se transformar em curso de comunicação para embaixadores on-line de marca? Afinal, este é o "meu" espaço de exercício de influência que, com algum nível de consciência, eu pratico sem querer parar!

Nenhum comentário:

Postar um comentário