segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

RELATÓRIO ANUAL DE INFORMAÇÕES: DÁ PARA INOVAR?


Os posts mais recentes deste blog tiveram como mote a 'conversação'. O diálogo, a interação, a personalização da informação compartilhada. Hoje vou escrever sobre um trabalho que mobiliza muita gente no pós-Carnaval: a elaboração do Relatório Anual de Informações.

Este documento serve para registrar a evolução da gestão. É uma prestação de contas, com alguns pareceres técnicos, que funcionam como um exame laboratorial: diagnosticam problemas, registram boas performances ou necessidades de correção, apontam tendências.

Para quem atua no Sistema de Previdência Complementar, os relatórios anuais de informações são uma exigência desde 2006, ano da publicação da Resolução nº 23 do Conselho de Gestão da Previdência Complementar (CGPC), que também padroniza o conteúdo.

Há um consenso entre as PESSOAS que conhecem esse documento: o conteúdo é denso. Também há outro dilema que, desde 2007, assombra todo comunicador envolvido no processo de produção do documento: o orçamento destinado ao trabalho. Sim, porque para os gestores de orçamento, imagens, qualidade do papel, cor e espaçamento são atributos totalmente irrelevantes. Porém, todo comunicador sabe que o mundo digital desencadeou definitivamente uma linguagem extremamente visual. É só olhar as pesquisas que contabilizam esse fato.
O gráfico mostra o impacto de cada tipo de estímulo para quem consome informação. Então, a minha dúvida é: quando a crítica será mais qualificada e contribuirá efetivamente para a evolução deste trabalho? Penso que o comunicador não pode ficar refém desse tipo de limitação. Afinal, em todo mundo, mas principalmente no Brasil, as PESSOAS têm uma reconhecida resistência à leitura árdua, técnica, destituída de apelo.

E, no caso dos Participantes do Sistema de Previdência Complementar, é fundamental que eles saibam o que acontece a cada ano com o dinheiro que eles poupam para uma passagem importante: do estágio do trabalho ao estágio do desfrute, do descanso, do dever cumprido. Isso é formação de cultura previdenciária.

Imaginação contribui para a compreensão

Instrução sem apelo é perda de tempo. Não importa o suporte. Acompanho o comportamento das PESSOAS em cursos presenciais e palestras, nas páginas da web, em eventos. Cada vez mais, a retenção das PESSOAS depende da relevância do conteúdo aliada à qualidade dos recursos de expressão. Não tem como fugir.

Com o impresso a regra é a mesma! Quem decide correr o risco de escapar não pode reclamar que o interlocutor não se interessou pela proposta de interação com baixo nível de apelo.

A imaginação é uma alavanca poderosa no processo de aprendizagem e descoberta do mundo. Mas, isolados, os números só provocam a imaginação de Matemáticos e, às vezes, Físicos. Para os demais mortais, é preciso usar outros elementos que construam uma boa história. Por isso, um diretor de arte é fundamental para fazer uma seleção coerente e construir uma arquitetura harmônica entre texto escrito, imagens, ícones, cores, gráficos, tabelas.

De detrator a embaixador

Produzir o Relatório é mandatório. Mas, o maior desafio, entretanto, é compartilhar o conteúdo. Por isso, serão decisivas as estratégias de apoio que introduzirem e desenvolverem:

1. elementos de mixagem entre o real e o virtual, como os QR Codes. O livro Você é o que você compartilha, de Gil Giardelli, traz essa proposta com muita propriedade.

2. algumas Entidades Fechadas de Previdência Complementar já fazem palestras presenciais sobre o Relatório, com o propósito de esclarecer dúvidas. Essa iniciativa pode ser incrementada com o objetivo de formar embaixadores não só de marca, mas embaixadores da cultura previdenciária. Esses treinamentos podem ser estendidos aos jovens para que eles pensem na Previdência Complementar como tema de pesquisa acadêmica. A sociedade precisa cada vez mais desse trabalho de valor.

O pulo do gato está no posicionamento diante do documento que, de "chato", pode se transformar em um grande instrumento de Educação Previdenciária e aliado estratégico na promoção da boa gestão.


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