sábado, 17 de agosto de 2013

EU PRESTO ATENÇÃO, MAS NÃO CONSIGO GOSTAR

Já declarei incontáveis vezes que sou muito fã de Alice - no país das maravilhas e através do espelho - e sua natureza lógica na percepção do mundo. Em um momento muito mágico da história, o chá, Alice entra em uma discussão com o Chapeleiro Louco sobre a marcação do tempo em horas e em anos. A sensação da personagem é descrita assim:

"Alice ficou terrivelmente desconcertada. O comentário do Chapeleiro parecia não ter o menor sentido, embora fosse gramaticalmente correto".

Bom, eu tenho essa mesma sensação toda vez que me proponho entender Economia Comportamental com foco em Previdência. Eu sempre fico com a sensação de que - cientificamente - o conceito está correto ao associar as categorias medo, risco, inércia e procrastinação e defender, portanto, a adesão automática aos planos, baseada no comportamento das PESSOAS. Quem quiser saber mais sobre esse tema, basta assistir à TED de Shlomo Benartzi.



Dentro de mim mora um gato que ri

E ele sabe que eu sei onde quero chegar, por isso, não é qualquer caminho que serve para aquilo que penso. Se a fórmula medo, risco, inércia e procrastinação fosse totalmente correta, ninguém compraria carro. Tudo bem que, no caso do carro, a gratificação é imediata. Mas o risco é cada vez maior:  falta de liberdade (estamos cada vez mais presos no trânsito), custos crescentes (da fabricação, das tarifas, do combustível, do seguro, do estacionamento, da depreciação), custos ambientais crescentes, custos da saúde (aumento de mortes e mutilações em ração dos acidentes de trânsito) entre outros tantos atributos negativos.

A tendência de consumo dos automóveis é real no Brasil. Mas vem diminuindo na Europa. As bicicletas e o transporte público são a bola da vez como soluções efetivas para o aumento crescente, isso sim, da demanda por mobilidade.


A gente morre sempre!

No final dos dois filmes - a Previdência e o carro - a gente sempre morre. Mas, pela minha perspectiva pessoal da Comunicação, no caso do carro, a indústria automobilística desde o século 19 se dedica a construir a naturalização dessa engenhoca, com diferentes apelos.

A Previdência Complementar no Brasil - de uma forma mais ampla - ainda não tem 40 anos de história. Em outros países ela tem mais, o que não significa que esteja naturalizada. Outra coisa: em países com mais tempo de poupança previdenciária, muitas vezes, o comportamento convergente decorre de uma legislação impositiva. No Brasil, a decisão é facultativa. Isso acarreta diferentes resultados, especialmente na acumulação de patrimônio.

Tem ainda o comportamento

A edição 2013 da pesquisa global O futuro da Aposentadoria, feita pelo HSBC em 21 países, mostra uma coisa curiosa em relação ao Japão. Lá, os cidadãos mais longevos do planeta já entendem que talvez devam contribuir mais - por meio de impostos - para garantir a formação de reservas compatíveis com o aumento da longevidade. Claro que essa percepção é resultado de uma cultura desenvolvida junto à sociedade. 

Da perspectiva de Comunicação e de quem estuda Vendas, como Jeffrey Gitomer, existem outras variantes que influenciam no comportamento das PESSOAS ao aceitarem ou rejeitarem uma negociação: falta de dinheiro, influência de terceiros, decisão compartilhada, antipatia (ao produto/serviço, ao vendedor, à empresa) entre outras. Algumas situações podem ser transformadas e convertidas em resultado.

Eu sempre vou acreditar que o homem é maior do que a sua natureza. Se mudamos comportamentos induzidos (como a diminuição o consumo de carros), quando evoluímos na consciência. Se aumentamos a expectativa de vida, quando evoluímos na ciência. Podemos também mudar nossos hábitos previdenciários, quando evoluímos na Comunicação e na Educação para naturalizar a Previdência Complementar.

Se você gostou do recado, compartilhe! Lembre-se: seu clique faz a rede crescer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário