sábado, 25 de janeiro de 2014

SÃO PAULO, BITCOIN E FACEBOOK: O RETRATO DA MATURIDADE

Lembrei de mais um assunto que conversei com o médico geriatra Marcos Cabrera na última quinta-feira, durante a cerimônia da ABRAPP em comemoração ao Dia do Aposentado. O palestrante falou sobre protagonismo. Hoje é sábado, 25 de janeiro, e a cidade de São Paulo completa 460 anos. E todos esses dados têm muito mais em comum do que as palavras mostram até aqui.

De acordo com a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), São Paulo é uma cidade que, em 2030, vivenciará o ponto da virada: a população idosa será maior (20,1%) do que a população jovem (13,18%). A virada global está prevista para 2047. Portanto, São Paulo vai antecipar essa experiência em 17 anos! Fico pensando no que isso significa em desafios e oportunidades!

Para mim, os desafios serão as políticas públicas de inclusão! Porque hoje, um ato simples, como andar nas calçadas da Avenida Paulista, para um idoso ,é quase que um esporte radical, porque os espaços dos 'passeios' durante a semana são disputados por trabalhadores de todas as idades sempre no frenesi da pressão do tempo e, nos finais de semana, skatistas e ciclistas invasivos e cada vez menos respeitosos. Isso é fato!

Fonte da juventude X imortalidade

Os jovens estão condicionados ao mito que ainda impera no mundo: o forever young! Esse mito da juventude eterna está com os dias contados. A Medicina é a principal responsável pela transformação de um outro mito em fato: o forever alive! Diferente da juventude, a maturidade se adapta melhor à eternidade. Mas precisa ser sustentável!


Com atitude e perspectiva de médio prazo, o poder público poderá fazer um trabalho escalonado. Porque o processo de envelhecimento da população da cidade será gradativo. O estudo da Fundação Seade (clique aqui) já aponta para os bairros do Alto de Pinheiros e Consolação como os que primeiro atingirão a maturidade.

Os poderes público e privado terão que estudar novas alternativas de inclusão e integração intergeracional. 

É preciso entender esse fenômeno como oportunidade do surgimento de novos campos de trabalho. Teremos que fortalecer as bases da gerontopedagogia!

Transporte público é outra demanda crítica. A população terá de ser reeducada para lidar com outro ritmo, com limitações que, muito rapidamente, serão comuns a todos. A sociedade vai envelhecer. Isso é fato também! 

A população idosa é a mais promissora, por exemplo, como usuária de redes sociais como o Facebook que agora passou a ser dispensada pelos jovens. Que tipo de conteúdo relevante pode ser desenvolvido para otimizar essa infraestrutura de forma que ela seja útil para essas PESSOAS que estão descobrindo esses recursos de relacionamento? As PESSOAS precisam conviver umas com as outras. O melhor seria em ambiente offline. Mas online ainda há um aspecto de segurança importante impossível de ser ignorado.

Outra coisa que há muito tempo me parece uma saída para o fortalecimento da poupança previdenciária: moedas virtuais - como os bônus do cartão eletrônico do banco, as milhagens das companhias aéreas, os bitcoins, que agora viraram a bola da vez no mercado (clique aqui) e até mesmo os créditos sobre impostos pagos na nota fiscal - poderão ser convertidos em contribuições previdenciárias?

Porque o envelhecimento precisa de alternativas para ser digno e sustentável. O mercado previdenciário disputa com o consumo a atenção e a adesão do jovem. A juventude é, sem dúvida, um período importante porém cada vez mais efêmero, comparado ao aumento da longevidade - maior a cada dia.

Vida mais longa é fato! Mas precisamos de novas respostas que garantam espaço para o protagonismo de PESSOAS mais idosas em um mundo que também envelhece. Parte dessas respostas certamente serão chaves para muitos negócios do futuro!

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