quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

COMUNICAÇÃO É PARA MALUCO

Estou sem fôlego para postar. Fico de bode, quando não consigo juntar as ideias para escrever o CONVERSAÇÃO, todo mundo sabe. Sabe também que, mesmo com dor no coração, eu prefiro esperar pela expressão de um conteúdo legítimo e autoral do que fazer retórica só para manter a visualização do blogue à força. As estatísticas caem quando eu não escrevo. Monitoro tudo. 

Hoje o que me inspirou foi um post do meu e-amigo Fábio Colatto, inovador da ESPM, Comunicador de primeira grandeza (clique aqui). Ele escreveu uma reflexão muito realista sobre como os comunicadores criam artifícios para garantir números crescentes que encantem os clientes. E deixam de fazer conteúdo de qualidade, porque querem ganhar sem fazer esforço. Querem o atalho.

Todo mundo sabe que eu encasqueto com número. Para mim, o uso indevido do número é tão viciante quanto o uso indevido da palavra. Só faz sentido se o sujeito souber interpretar. Senão é um mundaréu de conta sem pé nem cabeça quase sempre incoerente, números que nunca batem. As contas não fecham. A palavra é aquela coisa que você desconhece os propósitos da história. Fica o ruído, sem coerência, sem substância. Um imbróglio!

Sustentar mensagens de qualidade é para os fortes! E eu não estou falando do jornal em rede nacional que eu assisto e admiro, mas sou bastante crítica sobre alguns furos dos repórteres. Estou falando de um tipo de Comunicação que realmente tem relevância. Essa sem interferência. Que você chega nela com aquela sensação de "por acaso" e ela rouba o seu tempo, te envolve, te convence por si só. Você não precisa dos "likes" para gostar dela, porque a identidade já está estabelecida. E a identidade é personalizada.

Mas ando mesmo me sentido em um deserto quando vejo as mensagens formatadas para gerar reação em escala. É um deserto com muito frigorífico disputado o bolso das PESSOAS e expondo exaustivamente Roberto Carlos, Fátima Bernardes, Tony Ramos, Gustavo Kuerten como suporte da mensagem. É um túnel sem luz no fim, com o Pelé reinando sobre as compras no supermercado. É uma danação com um "Cumpadi" Washington se referindo à personagem da mensagem como "o-r-d-i-n-á-r-i-a", numa divulgação de negócios online.

Vê se me entende pelo menos uma vez, criatura!

Para mim é inevitável pensar: como a gente a gente está exposto a engajamento artificial, como questiona o Fábio Colatto. Só que tudo é tão automatizado que a gente acaba não se dando conta que essa poluição é também tóxica. Também deixa as PESSOAS exaustas e doentes. Ela não disputa só o market share. Disputa heart share, mind share: dos adultos, das crianças.

Acho que ainda ninguém tem respostas para essa barulheira e desrespeito que invade a nossa alma. Mas, o adensamento das cidades, as próprias redes sociais - às vezes também impróprias - deverão criar um esgotamento, uma saturação, e as PESSOAS vão terminar amadurecendo, como previu o professor Gil Giardelli, naquele livro incrível, Você é o que você Compartilha.

E, quando foi nosso professor de Inovação - meu e do Fábio Colatto - Gil Giardelli nos alertou: tem que fazer conteúdo de qualidade e relevância, tem que insistir porque só  aqueles que tiverem novos mapas mentais sobreviverão às mudanças provocadas pela avalanche tecnológica.

O mundo não é um lugar perdido. "A Terra tem um recurso natural infinito: a inventividade humana". Isso é um trecho da matéria Criatividade não é petróleo, publicada pela Revista Superinteressante (clique aqui). Só temos que decidir de que lado estamos.



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