terça-feira, 24 de junho de 2014

LONGEVIDADE MUDA TUDO!


José Sarney anunciou aposentadoria. Pudera! 84 anos de idade. Sílvio Santos, que também está atingindo os 84 anos, ainda não parou. Francisco Cuoco tem 81 anos e está na ativa, assim como Fernanda Montenegro, 85 anos (estatisticamente, mulheres vivem mais). A longevidade também deixa essa lista cada vez mais longa. Mas não é só isso... Poucos pensam em aposentadoria, possivelmente porque encontram realização naquilo que escolheram fazer.

Com o trabalhador comum nem sempre acontece assim. É pouco comum aquele que realmente encara a segunda-feira com satisfação. As condições de trabalho também são bastante estressantes e a exposição a riscos faz com que seja bastante popular a ideia de encerrar a carreira de forma precoce. Antecipar a aposentadoria. Além disso, os empregadores ainda manifestam clara preferência por colaboradores mais jovens e estimulam a aposentadoria daqueles que já evoluíram nas carreiras profissionais, normalmente estimadas para durar aproximadamente 30, 40 anos. 

Acontece que este cálculo de ciclo produtivo foi projetado em um período histórico no qual as PESSOAS viviam menos. O tipo de trabalho exigia principalmente força e provocava esgotamento físico. Hoje, as exigências mudaram, especialmente para o trabalhador urbano. Por isso, quem sonha em abandonar o jogo no primeiro tempo precisa considerar alguns aspectos. O que fazer mesmo com o tempo e a energia que o corpo e  a mente ainda têm para produzir? Como viver de renda sem poupar o suficiente para a aposentadoria garantir esse período cada vez mais longo do pós-carreira?

Planejamento e informação são as chaves para a decisão

O principal vilão que acompanha a longevidade é a vulnerabilidade, provocada pela falta de planejamento e, principalmente, preparo e orientação. Ontem a Folha de S. Paulo publicou a matéria Denúncia de violência financeira contra idosos cresce mais de 300% (clique aqui) para mostrar que muitos idosos que conquistam aposentadoria e têm sua própria renda terminam se tornando vítimas de chantagens de familiares.

Preparo e orientação colaboram para a autonomia financeira e, principalmente, para o protagonismo. Porque essa vulnerabilidade emocional nem sempre é identificada pelos idosos. E, o pior: o idoso não reclama! A cadeia de exploração começa com a oferta de crédito consignado feita por instituições financeiras e chegam até a família, por quem o idoso termina se comprometendo financeiramente.

O crescimento da violência financeira medida pela Secretaria de Direitos Humanos foi observado entre 2011 e 2013. Sem providências, esses números serão ainda maiores, porque a longevidade está em franca expansão não só no Brasil, mas no mundo.

Parar de trabalhar é uma decisão muito delicada. Porque não dá para abrir mão de uma vida ativa, do convívio social, do relacionamento com as PESSOAS. Isolamento é outro vilão poderoso dessa história, combatido somente pelo protagonismo. 

Envelhecer exige esse olhar criterioso para a saúde emocional. Vida sustentável e saudável nas esferas financeira, física, emocional, cívica. Sim! É complexo porque o indivíduo tem que ser respeitado em todos esses aspectos. E só uma felicidade integral é que vai dar suporte para que ele assuma com tranquilidade as demandas provocadas pelos efeitos do tempo.

A longevidade muda tudo! E a mudança começa pela consciência. Só reconhecendo a longevidade e seus efeitos reais é possível encontrar soluções para transformar a fragilidade, a vulnerabilidade, o isolamento em protagonismo e vitalidade pelo tempo que se tiver.

Curtiu? Então, compartilhe! Lembre-se: seu clique faz a rede crescer

Nenhum comentário:

Postar um comentário