terça-feira, 16 de setembro de 2014

POSICIONAMENTO REALISTA ALAVANCA NOVAS ATITUDES

Terminei de ler o artigo O espelho brasileiro: a falta de planejamento para a aposentadoria, de Evandro Oliveira - diretor da área de previdência da Towers Watson Brasil - publicado pela Harvard Business Review (clique aqui). Confesso que o título me intrigou, porque tudo o que fazemos em Previdência é falar e incentivar o planejamento para a aposentadoria.

Mas Evandro Oliveira explica o quanto o enfoque desse planejamento é baseado na relação baixa contribuição + rentabilidade diferenciada = benefício adequado.  Essa fórmula seria relativamente verdadeira em minimamente estáveis. Entretanto, no Brasil, a sua efetividade fica comprometida. Ou, como explica Evandro Oliveira:
"Historicamente este objetivo de nível de reposição é de 50% a 60% do salário antes de ser aposentar, incluindo o benefício teórico do INSS. Estes planos normalmente possibilitam que os participantes realizem contribuições voluntárias para aumentar sua renda na aposentadoria, o que poucos fazem por desconhecerem a real necessidade de renda quando se aposentarem".
Penso que se temos um bom índice de efetividade nas campanhas de adesão - a média nacional é de 80% dos trabalhadores com acesso à Previdência Complementar Fechada - ainda há muito trabalho a fazer em relação à consciência e à atitude previdenciária. Porque existe uma determinação muito clara, segundo Evandro Oliveira:
"Outra necessidade nossa é ajustar a métrica para o risco que, em vez de ser medido pela volatilidade do investimento, passa a ser medido pela volatilidade da renda na aposentadoria".
Adesão: o primeiro passo de uma longa jornada

O fato é que - no imaginário - ainda temos poucos estímulos positivos para planejar ativamente a aposentadoria. Entendemos a contribuição mensal como mais do que suficiente para garantir o que queremos esquecer. Terceirizamos a nossa preocupação com o futuro, como se isso fosse capaz de transformar a realidade que enfrentaremos. Afinal, além do contexto, existe uma regra comum:TODOS VAMOS NOS APOSENTAR. E a diferença será a atitude previdenciária que pudermos adotar antes e durante a aposentadoria.
"O desenvolvimento de carreira e a evolução salarial, bem como as decisões que tomamos ao longo da vida, tais como filhos, casamentos, divórcios, condições de saúde e nosso ciclo de convívio social, determinam nossa necessidade de gastos e, consequentemente, a necessidade de renda na aposentadoria.
Ao longo desse percurso, poucos se preocupam em rebalancear suas contribuições e alocação de investimentos para obter uma renda de aposentadoria adequada. É muito comum ver executivos brasileiros buscar entender seu plano de aposentadoria próximo aos 50 anos de idade, quando já deve ser muito tarde".
Isso indica que a Comunicação e a Educação Previdenciária têm que ser intensificadas em direção a um discurso mais realista, para evitar o risco de frustração das expectativas, cada vez mais inerente ao negócio da Previdência Complementar. 

Legado intergeracional

É evidente que, posta em perspectiva, esta história mostra muitas soluções próprias de diferentes momentos sociais. E mostra também tudo o que há para ser feito para que o futuro realmente possa garantir melhores condições de sustentabilidade da vida para todos.

O legado dos juros compostos é real. Assim como são reais os novos patamares de consumo. Compatibilizar as duas realidades é o desafio que se impõe a todas as gerações. Há que se atualizar as bases da atitude previdenciária. Quanto mais consciência e determinação para que ela seja realista, melhor será a convergência entre presente e futuro. Hoje, já não se discute mais o que o Governo e o empregador fazem pelo futuro do trabalhador. Hoje, a discussão é: como o planejamento de vida deve incluir a aposentadoria como um período de realização pessoal do cidadão para que - do berço ao túmulo - ele seja mais livre, independente e realizado.

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