terça-feira, 24 de março de 2015

ESTÁGIO AOS 70 ANOS. PODE ISSO ARNALDO?

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O Google convidou um dos publicitários mais renomados do Brasil para fazer estágio na empresa. E Jacques Lewkowicz, de 70 anos, topou (clique aqui). O interesse institucional é na troca intergeracional. Isso me faz lembrar de três livros sobre os quais eu já tive diferentes oportunidades de escrever sobre eles aqui: Previdência Social na Sociedade de Risco - de Sílvio Renato Rangel Silveira. Adeus aposentadoria, de Gustavo Cerbasi. O mundo mudou bem na minha vez, de Dado Schneider.

Com estilos e abordagens diferentes, cada um deles falam sobre como o aumento da expectativa de vida está alterando padrões sociais de comportamento. E os interesses, como mostra a iniciativa Google, podem e devem ser mútuos, assim como os resultados.

O fato é que - além dos interesses - quem permanece no jogo tem que acompanhar as tendências do mercado de trabalho. É isso o que Dado Schneider explica em suas palestras normalmente para uma plateia muito interessada de integrantes das gerações X, Y e Z, que costuma fazer bombar a Campus Party.

O que me chama a atenção nessas "oportunidades" que o mercado cria é a demanda por relações sociais. Sim! As gerações tecnologicamente inseridas têm um déficit na área de inteligência social (clique aqui). Daí as empresas terem interesse em estimular a troca intergeracional e a empatia. Afinal, no futuro estaremos todos vivos e... idosos (para ser politicamente correta).

Tem mais exemplo? Claro! E polêmico. A atuação de Fernanda Montenegro e Nathália Timberg, ambas com 85 anos, na novela Babilônia, da Rede Globo. Para mim, chama a atenção principalmente as duas veteranas terem destaque na trama e absorverem papéis que - em geral - são destinados aos mais jovens, justamente pelo destaque que têm.
Imagem de gor Morski

As gerações de cinquentenários, sexagenários, septuagenários, octogenários estão na mira do mercado, inclusive das redes sociais orientadas, por exemplo, para o consumo, para o voluntariado, para a promoção de encontros e casamentos para esse grupo social (clique aqui). Também são tendência, veja só, nas revistas e editoriais de moda. Twiggy, a cara dos anos 1960, está com 65 anos e assinou contrato com a L'oreal para ser a embaixadora da marca na linha de tratamento profissional para cabelos (clique aqui). E a coisa não para por aí (clique aqui).

Envelhecer não é só glamour

A aposentadoria é um conceito em mutação. Hoje todo mundo já entendeu isso. E cada um vive essa etapa da vida com mais ou menos emoção. Mais ou menos dinâmica. Mais ou menos glamour. Tudo depende de escolhas.

Desde o planejamento financeiro para viver essa fase na rede, na praia, no descanso, até para enfrentar a relação emocional com filhos e netos adultos que, muitas vezes, se mantêm como dependentes financeiros vitalícios de seus pais e avós (clique aqui). 

Mais do que isso: os aposentados e idosos precisam estar atentos para exposição as questões de abuso e violência financeira que existem em muitas famílias, em razão de fragilidade, falta de autonomia, falta de confiança, expressão de afeto baseada em dinheiro (clique aqui e aqui).


Estou escrevendo isso porque a preparação para a aposentadoria deixou de se limitar a questões como contribuição para a complementação da renda, via plano previdenciário. E porque, nos últimos anos, acompanhou-se com interesse compreensível o comportamento dos jovens no mercado de trabalho e frente ao consumo. Mas há que se entender o comportamento dos idosos frente a oportunidades de trabalho e, principalmente, escolhas para a sustentabilidade da vida.

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