segunda-feira, 30 de março de 2015

O QUE É DECISIVO PARA MUDAR O RESULTADO DO JOGO?


É impressão minha ou a economia roubou a pauta do futebol no Brasil? Que eu não sou fã de futebol, todo mundo sabe. Por isso, imagino que essa história de foco na economia seja uma sazonalidade porque o calendário dos campeonatos estão começando, pois não?

A economia, entretanto, não dá trégua. Hoje, por exemplo, a Folha de S. Paulo traz uma matéria desconsertante sobre desindustrialização precoce no Brasil (clique aqui). Se isso significasse um fato isolado, cujo reflexo imediato se limitasse ao desemprego, acho que a notícia poderia ter passado sem nota.

Entretanto, diferentemente de outros países com taxas efetivas de educação, no Brasil o processo pode ser socialmente devastador. Há pouco tempo, quando o mercado de trabalho estava aquecido, tudo o que os empresários pediam era mão-de-obra qualificada, recursos humanos qualificados. Há pouco tempo, a indústria ainda absorvia aquilo que a sociedade tinha a oferecer. Ou treinava, quando não encontrava essa força de trabalho disponível. E agora?

Fôlego para o longo prazo

Durante o século 20, o Brasil adotou uma política que buscou a  inclusão nacional no cenário de economia global. Capital, bens e serviços entraram no processo. Mas faltou a Educação e a preparação de trabalhadores para enfrentar qualquer demanda do mercado. E o mercado mudou! Está mais tecnológico, busca mais sustentabilidade, substituindo processos lineares por processos circulares de produção, reduzindo desperdícios de recursos não renováveis.

Hoje, o ranking das sete universidades do mundo que mais crescem em importância e reputação acadêmica mostra que Singapura, Coreia do Sul e China estão lado a lado de países como Suíça, Espanha, Reino Unido e Holanda (clique aqui). Esses dados sugerem muita mudança nas estratégias daqueles que se dedicaram a enfrentar a globalização do capital com um propósito efetivo, pois não? De quem entrou no jogo para ganhar no longo prazo e, quem sabe, em alguns casos, com um idealismo a favor de uma sociedade melhor. Por que não?

Penso que a recessão do século 21 no Brasil possa ser ainda mais estranha do que as
demais de nossa história. Na década de 1970, por exemplo, o consumo era menos estimulado. A massa de consumidores ainda não tinha uma configuração expressiva. O futebol ajudava a compensar a falta de infra-estrutura de um país em desenvolvimento. O ensino mais qualificado era público e a indústria tinha horizonte ainda que estatizado... Não havia internet, nem rede social.

Difícil imaginar o futuro com base no presente, mas é certo que ele cada vez mais vai depender de formação, qualificação com muita disposição e demanda para a inovação. Talvez seja por esse motivo que, no momento, a metodologia de ensino na Finlândia está chamando a atenção do mundo (clique aqui).

Não sei se o fiasco da Copa 2014 foi suficiente para alertar como é que se marca gols que realmente transformem a vida das PESSOAS. Mas espero que mais essa derrota, a da indústria, sirva para alertar que a Educação pode não ser fácil nem rápida, mas é decisiva para ganhar qualquer jogo.

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