segunda-feira, 27 de abril de 2015

CRISE DEMANDA PERSISTÊNCIA NA EVOLUÇÃO

Tempos difíceis para Previdência Complementar Brasileira. Não bastassem as regras econômicas e riscos técnicos de todas as naturezas que encarecem a gestão, ainda temos que enfrentar a cultura de delinquência local que cria e desobedece regras ao mesmo tempo, sem observar o comprometimento de sonhos e vidas. Tristes tempos.

A Exame publicou hoje a desconsertante matéria O buraco sem fim dos fundos de pensão (clique aqui). A reportagem vai além cartografar o cenário catastrófico que envolve a gestão Postalis, Petros, Funcef e Previ e a fiscalização da PREVIC. Também cria um comparativo que apresenta as melhores práticas implantadas pelo Canadá onde - além dos resultados dos investimentos - é possível à gestão assumir um compromisso com o cumprimento do contrato previdenciário.

Parece simples. E grande parte do que acontece no Brasil segue nessa direção. O problema é que os fundos estatais também são os maiores seja em patrimônio, seja em número de participantes. Por isso, o efeito de cada negligência, cada delinquência ganha escalabilidade. E o comprometimento e o desgaste da imagem e da credibilidade nesses processos são debilitantes.

Reconheçamos: ainda que haja trabalho consistente, a presença, a veiculação de notícias, a penetração da grande mídia tem também muita eficiência e muito mais amplitude do que os veículos de comunicação institucional das Entidades de Previdência Complementar. Feito o diagnóstico, vamos para o próximo passo: como tratar desse quadro?

Fortalecer a integridade

Primeiro, não dá para tapar o sol com a peneira. A expectativa da sociedade civil em relação aos fundos de pensão é realista, como explica a matéria A fiscalização necessária aos fundos de pensão, que O Estado de S. Paulo publicou na última sexta-feira (clique aqui). Então, reconhecer fragilidades e consertar erros fortalece a integridade. Depois, é preciso trabalhar para soluções definitivas de superação das fragilidades estruturais, que justifiquem continuidade da defesa da bandeira.

Essa questão é decisiva para a recuperação da credibilidade e retomada do crescimento da Previdência Complementar. Afinal, se o Canadá consegue equalizar, aqui também é possível e há resultados a apresentar, mas eles precisam ser conhecidos.



Para encerrar e explicar um pouco do meu posicionamento pessoal neste momento, vou usar uma citação. Nas redes sociais, está viralizado um texto de Luís Roberto Barroso, ministro do STF (clique aqui). Muito lúcido e professoral, o ministro ensina:
É impossível esconder a sensação de que há espaços na vida brasileira em que o mal venceu. Domínios em que não parecem fazer sentido noções como patriotismo, idealismo ou respeito ao próximo. Mas a história da humanidade demonstra o contrário. O processo civilizatório segue o seu curso como um rio subterrâneo, impulsionado pela energia positiva que vem desde o início dos tempos. Uma história que nos trouxe de um mundo primitivo de aspereza e brutalidade à era dos direitos humanos. É o bem que vence no final. Se não acabou bem, é porque não chegou ao fim. O fato de acontecerem tantas coisas tristes e erradas não nos dispensa de procurarmos agir com integridade e correção. Estes não são valores instrumentais, mas fins em si mesmos. São requisitos para uma vida boa. Portanto, independentemente do que estiver acontecendo à sua volta, faça o melhor papel que puder. A virtude não precisa de plateia, de aplauso ou de reconhecimento. A virtude é a sua própria recompensa. 
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