Hoje, nas redes sociais o presidente mais influente do mundo usa pau de selfie e sua primeira dama dança funk. Informalidade? Entretenimento? Descontração? Também! Mas, antes de tudo, entendo que se trata de interação com as massas.
Veja, não usei aqui o termo Comunicação. Porque penso que Comunicação tem um recorte específico da mensagem. Neste caso do presidente Obama, por exemplo, é diferente. Existe uma mensagem. Mas há predomínio da interação. Importa o contato. A ideia de conexão entre o próximo e o distante.
Isso faz parte do protocolo da Casa Branca? Os mais conservadores podem achar que não. Mas, de verdade, agora faz! Porque a mensagem certamente passou a integrar o imaginário, o repertório social sobre os presidenciáveis.
O cotidiano, o ordinário, o comum nunca tiveram tanto prestígio junto à sociedade. Acho que a Educação precisa se apropriar dessa verdade, desse fato: ter abertura à interação. A escola, por exemplo, se debruçou sobre o funk mas principalmente como objeto de análise, não de interação e diálogo. A distância ainda prevalece. O terreno da Educação ainda sustenta uma sacralidade eclesiástica.
"Um passo de distância"
Hoje, minha professora da Escola de Comunicações e Artes, Elizabeth Saad - uma fera em jornalismo e tecnologia - compartilhou um post sobre o poder informativo, de interação e participação das redes sociais (clique aqui). Percebi, mais uma vez que, por diversas razões, a Comunicação se interessa pelo interesse das PESSOAS.
E por razões comerciais e de continuidade do negócio, a Comunicação cria soluções para, por exemplo, mapear e monitorar dados e informações que possam ser úteis, por exemplo, para o entretenimento, para o consumo, para a interação, para a participação. A naturalização, neste cenário, aparece como moeda de troca. Troca de valor, troca de experiência, moeda de experimentação.
Penso que a Educação deveria abolir esse protocolar "passo de distância" entre si e a interação. O século 21 que compartilha a experiência do apagamento de fronteiras há que se caracterizar por mais essa libertação. Isso não significa abrir mão do controle. A Comunicação está mostrando que a fórmula do ciclo de valor combina monitoramento qualificado e interação. O controle está na base, mas há proatividade para interagir, abrir oportunidades de participação.
Para os moldes acadêmicos, esse post passa longe de uma reflexão. É um post. No futuro, talvez os posts - mais sintéticos, mais enxutos - conquistem o status de artigos e ensaios. Não importa! O que eu quero é deixar registrada a minha leitura sobre o Dia da Educação.
O Brasil, com tantas necessidades, se propõe a ser pátria educadora. Mas, paradoxalmente, TODAS suas organizações e instituições, inclusive a escola, mantém a interação à margem, provavelmente na ilusão de preservar, não sei bem, mas acho que o controle. Mas penso que, apesar de ultrapassada, a obediência parece fazer mais sentido nesse contexto.
Ainda que a Comunicação não tenha evoluído totalmente e mantenha a instrumentalidade funcional na base de muitas estratégias, há espaço para a interação, para as manifestações espontâneas, para o que foge à regra. Essa liberdade, ainda que limitada, cria oportunidades muito interessantes nos games, nas storytellings, nos memes, nas mensagens que tanto influenciam e sensibilizam a sociedade. Nesse sentido, a Comunicação parece ter mais efetividade, portanto, futuro junto à sociedade.
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