segunda-feira, 4 de maio de 2015

SEMIAPOSENTADORIA: COISA DE JOVEM

Curioso ler mais uma edição da pesquisa global do HSBC - O futuro da aposentadoria - Escolhas para o Amanhã. É bom lembrar que as informações foram levantadas em 15 países, junto a 16 mil respondentes. Quem quiser ler o relatório completo, clique aqui.

Na edição anterior, o relatório apontava uma percepção positiva dos entrevistados em relação ao futuro. Nas faixas etárias maiores, o otimismo foi associado a um efeito do entusiasmo provocado pelas redes sociais e as oportunidades - ou sensação de proximidade - de relacionamento interpessoal. 

A novidade agora surge nas faixas etárias intermediárias. Das pessoas em idade economicamente ativa, 25 a 44 anos, 62% acreditam em desaceleração da carreira. Se dinheiro não é tudo, os mais jovens estão apostando na felicidade? Acho que é uma história para pensar.


Nas estruturas convencionais de emprego, trabalhar menos significa necessariamente ganhar menos. As oportunidades de ganhar mais trabalhando menos são em geral criadas por empreendedores. Ainda assim são exceções. 

Empreendedores trabalham muito para que seus negócios sejam autossustentáveis. Em média, há um investimento mínimo de cinco anos de trabalho para que os resultados sejam estáveis. Na pesquisa, a semiaposentadoria não significa rejeição ao trabalho. A maioria gosta de trabalhar e pretende manter o corpo e a mente ativos. Mas os planos são bastante diferentes: tem gente que sonha estudar no exterior, ou simplesmente viajar muito. Tem gente que pretende ficar mais junto da família ou cuidar da casa. Tudo isso a pesquisa mostra. 

Mas a questão aqui é: qual o impacto a diminuição do tempo ou dos rendimentos representa para a já tão sacrificada poupança para a aposentadoria? Porque a pesquisa HSBC também mostra que 73% dos aposentados não conseguiram realizar uma ou mais expectativas e aspirações ao se aposentar. A experiência de uso foi frustrante!

Aposentadoria subsidiada por herança

A pesquisa mostra que - ainda que os entrevistados mais velhos não pretendam deixar herança - 61% dos mais jovens pretendem financiar a semiaposentadoria e a aposentadoria por meio de herança.
A informação faz sentido, especialmente se for considerado que a transição entre o século 20 e 21 é marcada por uma inédita estabilidade econômica no Brasil. A experiência significou um padrão de vida mais perdulário nas famílias brasileiras. 

No Brasil, a crise politicoeconômica 2015-2016 ainda não substituiu as referências de pais que estão se aposentando e filhos que estão entrando no mercado de trabalho agora. 

Mas isso deve ser tema do próximo relatório, umas vez que os dados da pesquisa são um retrato do que aconteceu nos anos anteriores. Para o futuro, o relatório ainda aponta uma tendência descrita por sociólogos como Zygmunt Bauman: não serão somente as relações de trabalho que mudarão. As migrações - motivadas por custos menores, condições climáticas, infraestrutura e políticas melhores - também determinarão os fluxos das PESSOAS e do dinheiro.

A pesquisa é encerrada com quatro etapas úteis para uma aposentadoria melhor: 1. Seja realista sobre suas aspirações para a aposentadoria. 2. Analise seus planos de carreira de longo prazo. Considere seus compromissos financeiros de longo prazo. 4. Faça um bom plano para a aposentadoria. Tudo muda mas, no longo prazo, a receita para enfrentar as mudanças não é surpresa para ninguém.

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