terça-feira, 6 de setembro de 2016

VERÁS QUE UM FILHO TEU NÃO FOGE


Generalizações são redutoras. Induzem a uma percepção distorcida da verdade. Ontem mesmo, publiquei um post baseado em pesquisas sobre o medo dos brasileiros jovens ao tema futuro financeiro na terceira idade. Os números das pesquisas são relevantes e levam a crer nessa distância abismal entre o jovem e planos de longo prazo. Uma dessas pesquisa foi iniciativa da FenaPrevi.

As pesquisas não estão erradas. Mas a realidade vai além delas. A própria FenaPrevi tem outros dados para apresentar. Em 2016 a captação líquida dos fundos de previdência já registra saldo positivo de mais de R$ 24,6 bilhões (clique aqui)

Ao que tudo indica, uma série de fatores estão na base desses resultados. A Reforma da Previdência Social que, no mínimo, tem o mérito de ter se transformado em pauta para diferentes canais de Comunicação e chamado a atenção da sociedade sobre a redução dos benefícios.

A Educação Financeira e Previdenciária, iniciada em 2007/2008, ainda que tímida, tem mostrado que há vida além da caderneta de poupança. Basta lembrar que nos últimos dois anos foram registradas fugas recordes de recursos financeiros da caderneta de poupança. Parte dessa fuga deve-se ao desemprego e ao endividamento das famílias. Parte deve-se à conscientização dos poupadores sobre investimentos com rentabilidades mais vantajosas e incentivos tributários.

A evolução das novas gerações

Diferente da minha geração - que ouviu muito sobre o trauma e o fracasso dos montepios - as futuras gerações terão melhores instrumentos em mãos para superar o medo e criar outras soluções para o financiamento do futuro financeiro qualquer que seja a idade. 

É evidente que a insegurança econômica continua, as relações de trabalho se modificam, a justiça social e a distribuição de renda também precisam ser permanentemente renegociadas. Entretanto, ao menos em uma questão há diferença. Na informação! Nos recursos com que a informação é trabalhada para ser compartilhada. Hoje, os meios de Comunicação se dedicam a fazer com que a mensagem seja mais didática. Isso facilita e muito a troca de sentidos, a revisão e ampliação - como estas que estou fazendo agora - de interpretação. Fica mais fácil tomar decisões baseada em fatos e evidências.

Acredito que o conceito de longo prazo é o próximo passo nesse processo. Primeiro a gente aprende a incorporar a instabilidade de um ambiente politicoeconômico sujeito a influências locais e globais. Depois a gente aprende o equilíbrio financeiro, a resistir ao consumo, aos impulsos e imediatismos. Finalmente, a gente aprende sobre sustentabilidade. A gente incorpora o futuro nos planos. A gente amadurece e encara a tal da longevidade com responsabilidade. Não, não é só medo! A gente precisa aprender que encarar de frente o monstro de baixo da cama pode ser uma experiência libertadora para toda a vida.



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