segunda-feira, 29 de maio de 2017

FUTURO NÃO EXISTE. POR ISSO, A GENTE CRIA!

M-E-D-O. Já parou para pensar nisso? É um exercício importante para quem faz Comunicação e Educação Previdenciária. Muitas das narrativas sobre o futuro utilizam o medo como instrumento didático: a qualidade do futuro depende das suas escolhas presentes (olha o dedo apontando para o outro). Esse talvez seja o mantra que melhor sintetiza o trabalho que fazemos. E está certo! 

A mensagem está correta, mas a entonação pode mudar o significado. Fico pensando no mosaico de imagens que pode sustentar a afirmação: Você é responsável pela qualidade do seu futuro. Depende da minha intenção. Só de farra, sugiro três vieses. Pode ser fragilidade, vulnerabilidade, exclusão (medo). Pode ser independência, liberdade, autonomia (responsabilidade). Pode ser abertura a possibilidades, o desconhecido, o indeterminado (aventura). De propósito, não vou usar imagens aqui. Imagine você, Cara Pálida, seu próprio mosaico.

Para o primeiro viés, as imagens são quase óbvias. O medo é atávico. Território conhecido. Lugar comum. O medo virou moda! O medo vende! O medo é organizador de nossas vidas. Essas ideias foram discutidas em um episódio recente do programa Terradois (clique aqui). O medo real está associado a instinto de preservação. O medo irreal é fruto da ilusão. Tem muita diferença!

A caracterização da imagem para o segundo viés, responsabilidade, já exige outros recursos de imaginação para chegar a uma solução. E assim este post vai quase se transformando em um laboratório de Comunicação. Responsabilidade é séria? Séria e sisuda? Séria e simpática? "Disciplina é liberdade". Criar essa imagem que mostre o lado livre da responsabilidade exige mais criatividade, mais r-e-p-e-r-t-ó-r-i-o, conteúdo.

O terceiro viés é ainda mais amplo. Aventura para o futuro? Que futuro? O tecnológico, o território desconhecido onde eu tenho todas as escolhas, todas as possibilidades? Onde eu escolho o que eu quiser? Sim! Inclusive de não querer o serviço que está sendo vendido. Ah! Então, se o propósito é venda, essa proposta de abordagem não faz sentido, não merece atenção, pode ser descartada. Não! Não! Não, Cara Pálida! Essa proposta traz uma essência de diversidade e respeito, marcas do século 21.



Medo da estagnação ou medo de crescer?

Uma conversa informal, há duas semanas, me faz refletir sobre uma pergunta: a Previdência Complementar Fechada tem mais medo da estagnação ou do crescimento? Ainda não tenho a resposta mas estou apostando na segunda, mesmo considerando aquela orientação bíblica que tanto me encanta: "há tempo para tudo".

O crescimento é o que vai exigir novos esforços, novas soluções, novas responsabilidades. Tenho fôlego para fazer mais? Só saberei se me dispuser a fazer, claro! Sou pequena, eu-preendedora. Dá para competir com quem é maior? Só saberei se me dispuser a competir, claro! Tenho que, com entusiasmo, colocar na mesa aquilo que eu sei fazer de melhor para contribuir. Ter humildade para aceitar que o meu melhor pode não ser suficiente. Mas pode ser combinado a outras forças para compensar as insuficiências. O que eu não posso é me render ao medo.

Antes de vender o futuro de aventura, possibilidade, respeito e diversidade, eu preciso aceitar o conceito geral e os específicos. Eu preciso entender cada valor. A tecnologia pode ajudar na escala, mas só vai gerar resultados se os parâmetros forem claros, precisos. A tecnologia pode ajudar a alavancar o quantitativo: agilizar processos para ganhar tempo, organizar volumes maiores de dados para potencializar coberturas, compartilhar orientações, para subsidiar decisões. A tecnologia pavimenta o caminho.

Afinal, em breve, a Comunicação e a Educação precisarão vender o futuro para profissionais liberais: os planos setoriais estão chegando! Os planos setoriais terão de transformar a qualidade de futuro em objeto de desejo para familiares de Participantes e Assistidos da Previdência Complementar. Para quem não tem patrocinador. Para quem ainda não aprendeu a fazer escolhas. Para "clientes" volúveis, instáveis, possivelmente infiéis, mas que vão viver muito, com nenhuma, pouca, alguma ou a melhor proteção previdenciária... Depende do êxito do trabalho que eu fizer.

Penso que os planos setoriais têm muito potencial para desencadear uma transformação estrutural no jeito de fazer, nos paradigmas da Previdência Complementar Fechada. Se isso acontecer, estaremos contribuindo para transformar comportamentos e modos de ser da sociedade. Isso é muito ambicioso! Mas acho que um futuro diferente do presente, no mínimo [para não ser suspeito], exige muita audácia e novas narrativas para se chegar lá. 

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