sábado, 19 de maio de 2012

INTERDEPENDÊNCIA É CONEXÃO PURA


No início deste milênio, eu ocupava como aluna as cadeiras da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Como aluna, fascinada, eu assistia às aulas do Professor Octávio Ianni e suas análises críticas sobre os possíveis impactos do processo da globalização da economia. 


Com um rigor e uma maestria excepcionais, Ianni exercitava toda sua habilidade para ativar seu vastíssimo repertório e nos mostrava como o mundo - apesar da face distorcida de uma economia predatória - era interdependente. A ele eu devo uma postura mais próxima e interessada nas relações socioeconômicas e geopolíticas que influenciam a vida de todos nós. A ele eu devo muito mais. Eu devo o que as palavras não conseguem descrever.


Por mais que eu tenha buscado aprender naquelas aulas preciosíssimas, muitas coisas estão além da minha capacidade de percepção, leitura, interpretação, porque as relações entre os fatos e os fenômenos no mundo globalizado são muito mais complexas e, muitas vezes, sutis. Portanto, exigem estados permanentes de atenção e prontidão que transcendem à intenção e às limitações desta cidadã comum.


Organização Internacional do Trabalho (OIT), 
Políticas de Gestão de Pessoas e Sustentabilidade


No próximo dia 22 de maio, vou trabalhar em um evento no Rio de Janeiro. A Associação Brasileira das Entidades de Previdência Complementar (ABRAPP) vai realizar o seminário A sustentabilidade e o papel dos fundos de pensão no Brasil. 


O que, de imediato, chamou minha atenção é a presença de representantes da OIT em um ambiente cujo foco principal será as vantagens estratégica dos investimentos financeiros em projetos que contemplem os princípios de proteção e respeito ao meio ambiente.


Só que, em 2011, o Ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho, assinou um acordo com a OIT que prevê a melhoria das condições do trabalho nas empresas brasileiras. Curioso observar como os meios de comunicação registraram com muita reserva essa atitude do Ministro. Pesquise no Google e veja que somente alguns jornais regionais fizeram essa importante prestação de serviços de utilidade pública. Fico imaginando os motivos, mas esse é tema para outro post, muito mais crítico do que o meu propósito aqui.




Evolução das Políticas de Gestão de Pessoas


No Brasil, como a Previdência Complementar começou em empresas públicas com adesão compulsória pelos trabalhadores, principalmente durante um período ditatorial (1960 e 1970), o benefício nunca foi muito bem interpretado por seus principais beneficiários: o aposentado e seus dependentes. Era um "desconto" mensal dos rendimentos, durante o período laboral.


Por um processo de educação, comunicação e relacionamento com o empregado muito incipiente e Políticas de Recursos Humanos focada na capacitação técnica e no aumento de produtividade, o trabalhador deixou de ser formado em uma disciplina institucional importantíssima: equilíbrio, ética e qualidade de vida.


Hoje, as empresas reconhecem melhor essa defasagem. Consumo compulsivo e indisciplina financeira dos trabalhadores impactam sobremaneira na produtividade. Além disso, falta de poupança interna torna o país menos competitivo e menos desenvolvido. Tudo está conectado, percebe?


Agora, educação e comunicação são a alavanca para alterar o cenário desse estado de estagnação para um estado de evolução individual (o trabalhador), coletivo (a empresa), social (o país). Educomunicação está na base do incentivo para a adoção de atitudes conscientes que beneficiem o sistema em que vivemos no âmbito global. 



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