LONGEVIDADE: QUE CONQUISTA É
ESSA?
“O pensamento parece uma coisa à toa, mas como é que a gente voa quanto
começa a pensar”
(Caetano Veloso)
Aquela história de experiência de
uso da Previdência Complementar tem, inevitavelmente, um desdobramento, porque
comecei a pensar naquilo que nós mesmos quisemos conquistar: vidas mais longas.
Desejo concedido! A população – praticamente no mundo inteiro e especialmente
nos países mais desenvolvidos – está vivendo mais.
Ainda não se chegou a um padrão
de expectativa de vida, porque os hábitos e os comportamentos mudam de lugar
para lugar e influenciam nos tempos médios de vida locais. Muito bem! Euclides
da Cunha, autor de Os Sertões, entendia e muito bem caracterizou essa relação e
o homem, o meio-ambiente e a cultura. Vale à pena conhecer!
Mas – não é novidade para ninguém
– para todo bônus tem um ônus equivalente. Isso significa que almoço grátis só
na ratoeira. Viver mais significa ter que atualizar a relação que se mantém com
o tempo. Sim! Porque, culturalmente, você herdou dos seus pais, dos seus avós, dos
professores, dos mais velhos, dos meios de comunicação de massa - a principal referência para se relacionar com
o tempo.
Jovem
empreendedor
Então, se você é jovem, deve
estar começando a carreira profissional aos 20 anos de idade e trabalhar até os
60 anos, não é mesmo? Você vai pensando de forma condicionada, porque hoje as
pessoas no Brasil e no mundo se aposentam mais ou menos nessa idade, depois de
aproximadamente 40 anos de serviços prestados à sociedade.
Mas é preciso entender que a
média de 60 anos para aposentadoria era válida para pessoas que viviam até os
70 anos de idade. Hoje, mesmo no Brasil esse limite é maior e, se as pessoas
vivem mais, então elas podem trabalhar mais, certo? Aí começam as controvérsias!
Apesar de lógico, as pessoas cada vez mais questionam o modelo tradicional das
relações que regem o mercado de trabalho. As máquinas que, em tese, deveriam
substituir a mão-de-obra humana, ainda não têm autonomia suficiente. O consumo
crescente demanda produção, que depende em parte do trabalho humano.
Pronto! Estamos diante de uma
equação socioeconômica que não fecha! E existem muitos outros aspectos que este
post não vai esgotar. Portanto, voltarei a este tema sempre que tiver um novo
apelo me mobilizando as ideias. Hoje, quero escrever sobre o que Mara Luquet
escreveu em seus livros a respeito de planejamento de vida individual e
coletivo.
Vida mais longa – além de bons
hábitos para preservar a saúde física – também pede carreira
empreendedora. Isso significa montar o plano principal: graduação,
pós-graduação e atuação consistente junto ao mercado de trabalho mais plano
secundário: encontrar uma vocação que, além de motivação pessoal, seja
idealmente rentável, promova atualização permanente e atuação junto a grupos
relevantes na sociedade.
Já contei aqui que o ator
norteamericano Clint Eastwood, além de tirar a palavra aposentadoria do
dicionário, está cada vez mais envolvido com demandas de sua carreira e, aos 81
anos, não pensa em parar. Ele está certo e é um exemplo de atitude e
posicionamento de cidadão do século 21. Ele poderia parar de trabalhar se
quisesse? Todas as evidências apontam para uma resposta afirmativa, exceto pelo
fato de, após os 50 anos, Clint Eastwood ainda ter passado pelo processo da
paternidade. Filhos realmente são uma variável muito importante em qualquer
planejamento de vida.
Jovem previdente
Ah! Mas você, cara pálida, é de
uma espécie ainda rara no planeta, inteligente, decidiu aproveitar a
oportunidade que o seu empregador oferece e contribui com um plano de
previdência complementar. Por isso, pretende chegar aos 60 anos muito bem na
fita, com aposentadoria paga pelo INSS e rendimentos proporcionados por seu
plano, certo? Certíssimo!
Mas, que fique claro: a maior
parte dos planos de previdência complementar no Brasil e no mundo hoje adota o
modelo de Contribuição Definida. Isso quer dizer que você vai continuar
contribuindo também depois de começar a receber seu benefício. Outra coisa:
para compensar os efeitos da estabilização da economia e cenários de queda de
taxas de juros– para garantir um benefício maior – você terá que poupar mais.
Além disso, considere a relação
entre inflação médica e idade. É fato que, principalmente após os 60 anos de
idade, ela é maior e crescente, acompanhando demandas próprias do segundo,
terceiro, quarto e todos os outros tempos da vida! Portanto, seja realista em
relação aos seus planos. E seja feliz por saber calcular com precisão todos os
bons momentos que você vai experimentar neste Planeta!
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