quarta-feira, 16 de maio de 2012


LONGEVIDADE: QUE CONQUISTA É ESSA?


“O pensamento parece uma coisa à toa, mas como é que a gente voa quanto começa a pensar”
(Caetano Veloso)


Aquela história de experiência de uso da Previdência Complementar tem, inevitavelmente, um desdobramento, porque comecei a pensar naquilo que nós mesmos quisemos conquistar: vidas mais longas. Desejo concedido! A população – praticamente no mundo inteiro e especialmente nos países mais desenvolvidos – está vivendo mais.

Ainda não se chegou a um padrão de expectativa de vida, porque os hábitos e os comportamentos mudam de lugar para lugar e influenciam nos tempos médios de vida locais. Muito bem! Euclides da Cunha, autor de Os Sertões, entendia e muito bem caracterizou essa relação e o homem, o meio-ambiente e a cultura. Vale à pena conhecer!

Mas – não é novidade para ninguém – para todo bônus tem um ônus equivalente. Isso significa que almoço grátis só na ratoeira. Viver mais significa ter que atualizar a relação que se mantém com o tempo. Sim! Porque, culturalmente,  você herdou dos seus pais, dos seus avós, dos professores, dos mais velhos, dos meios de comunicação de massa -  a principal referência para se relacionar com o tempo.

Jovem empreendedor

Então, se você é jovem, deve estar começando a carreira profissional aos 20 anos de idade e trabalhar até os 60 anos, não é mesmo? Você vai pensando de forma condicionada, porque hoje as pessoas no Brasil e no mundo se aposentam mais ou menos nessa idade, depois de aproximadamente 40 anos de serviços prestados à sociedade.

Mas é preciso entender que a média de 60 anos para aposentadoria era válida para pessoas que viviam até os 70 anos de idade. Hoje, mesmo no Brasil esse limite é maior e, se as pessoas vivem mais, então elas podem trabalhar mais, certo? Aí começam as controvérsias! Apesar de lógico, as pessoas cada vez mais questionam o modelo tradicional das relações que regem o mercado de trabalho. As máquinas que, em tese, deveriam substituir a mão-de-obra humana, ainda não têm autonomia suficiente. O consumo crescente demanda produção, que depende em parte do trabalho humano.

Pronto! Estamos diante de uma equação socioeconômica que não fecha! E existem muitos outros aspectos que este post não vai esgotar. Portanto, voltarei a este tema sempre que tiver um novo apelo me mobilizando as ideias. Hoje, quero escrever sobre o que Mara Luquet escreveu em seus livros a respeito de planejamento de vida individual e coletivo.

Vida mais longa – além de bons hábitos para preservar a saúde física – também pede carreira empreendedora. Isso significa montar o plano principal: graduação, pós-graduação e atuação consistente junto ao mercado de trabalho mais plano secundário: encontrar uma vocação que, além de motivação pessoal, seja idealmente rentável, promova atualização permanente e atuação junto a grupos relevantes na sociedade.

Já contei aqui que o ator norteamericano Clint Eastwood, além de tirar a palavra aposentadoria do dicionário, está cada vez mais envolvido com demandas de sua carreira e, aos 81 anos, não pensa em parar. Ele está certo e é um exemplo de atitude e posicionamento de cidadão do século 21. Ele poderia parar de trabalhar se quisesse? Todas as evidências apontam para uma resposta afirmativa, exceto pelo fato de, após os 50 anos, Clint Eastwood ainda ter passado pelo processo da paternidade. Filhos realmente são uma variável muito importante em qualquer planejamento de vida.

Jovem previdente

Ah! Mas você, cara pálida, é de uma espécie ainda rara no planeta, inteligente, decidiu aproveitar a oportunidade que o seu empregador oferece e contribui com um plano de previdência complementar. Por isso, pretende chegar aos 60 anos muito bem na fita, com aposentadoria paga pelo INSS e rendimentos proporcionados por seu plano, certo? Certíssimo!

Mas, que fique claro: a maior parte dos planos de previdência complementar no Brasil e no mundo hoje adota o modelo de Contribuição Definida. Isso quer dizer que você vai continuar contribuindo também depois de começar a receber seu benefício. Outra coisa: para compensar os efeitos da estabilização da economia e cenários de queda de taxas de juros– para garantir um benefício maior – você terá que poupar mais.

Além disso, considere a relação entre inflação médica e idade. É fato que, principalmente após os 60 anos de idade, ela é maior e crescente, acompanhando demandas próprias do segundo, terceiro, quarto e todos os outros tempos da vida! Portanto, seja realista em relação aos seus planos. E seja feliz por saber calcular com precisão todos os bons momentos que você vai experimentar neste Planeta!

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