segunda-feira, 16 de julho de 2012

CONCEITO DE TRABALHO TEM QUE SER OBJETO DE POLÍTICAS DE RECURSOS HUMANOS EVOLUÍDAS


Acessar o Facebook na segunda é, invariavelmente, encontrar manifestações de exasperação pela semana de trabalho que está por vir. Já na quinta e sexta-feira, alívio e felicidade pela semana que se encerrou. Além de essencialmente ser uma grande rede de relacionamento, o Facebook é utilizado pelas empresas como ferramenta identificar comportamentos, estimular tendências, criar influências e analisar pessoas. 

Portanto, é preciso entender que - em rede - criam-se imagens e marcas pessoais que podem ser analisadas pelo viés institucional. Portanto, a espontaneidade não pode ser mais tão ingênua, descontraída, despreocupada como muitos ainda acreditam. 


Claro! A irreverência e a criatividade também podem ser objeto de desejo institucional na seleção de um profissional para o seu quadro funcional! Entretanto, criativo ou não, toda empresa quer um profissional dedicado aos resultados da atividade que vai desempenhar. Por isso, atenção cara pálida!


Trabalha melhor quem encontra seu significado


O professor de neurologia Viktor Frankl (1905 - 1997), como prisioneiro de um campo de concentração nazista, analisou próprio comportamento e o dos companheiros para suportarem a realidade em situação-limite e descobriu que por três caminhos diferentes o homem descobre o sentido para a vida: o amor, a dor e o trabalho. A experiência está descrita em uma obra preciosa que leva o título: Em busca de sentido.


O emprego é, como explicou o também professor Eduardo Gianetti à jornalista Mírian Leitão: "a variável econômica que mais afeta a felicidade". O professor analisava o risco a que os jovens espanhóis recém-formados na Universidade estão expostos em razão do alto nível de desemprego no país, em razão da crise do Euro.


Mais do que um posto no mercado, é importante encontrar significado naquilo que se faz. É o significado que atribui ao trabalho o mesmo status do amor e da dor, conforme analisou Viktor Frankl. E não adianta separar as profissões criativas das burocráticas. Todas são importantes. Todas enfrentam dificuldades, críticas, momentos de crise. Todas exigem superação, reinvenção, reposicionamento, sustentação.


Ou você ainda acha, cara pálida, que os Rolling 5t0nes estão comemorando 50 anos de carreira sem se reinventarem continuamente, descobrindo formas novas de se relacionarem, de terem governança interna que mantenha o grupo alinhado para mobilizar multidões? A "empresa" Rolling Stones gera muita felicidade para seus proprietários e para o mundo, mas não é só isso. A "empresa" Rolling Stones também é responsável por gerar quantos postos de trabalho e movimentar quanto capital junto à indústria do entretenimento? E tem crise nesse mercado? Claro que sim! Os franceses, por exemplo, estão mobilizados contra a performance da cantora Madonna que, certamente, colocou em risco parte de sua fortuna para manter sua imagem provocadora.


Políticas mais avançadas de recursos humanos deveriam tratar também da atitude dos profissionais em relação à consciência sobre o valor do trabalho. Além de utilizar o Facebook como instrumento de investigação, políticas mais arrojadas de recursos humanos também deveriam adotar realmente uma atitude política de educação e expansão da percepção e dos significados tanto a favor de uma maior produtividade, mais saúde e benefícios intangíveis promotores da felicidade do trabalhador.

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