segunda-feira, 9 de julho de 2012

O INTANGÍVEL CADA VEZ MAIS EVIDENTE

Na última sexta-feira, assisti parte e trabalhei durante o workshop Redução de Juros e Reflexos para a Regulação dos Fundos de Pensão, promovido pela Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (ABRAPP). Os canais institucionais estão fazendo a divulgação oficial do evento. Por isso, o post de hoje traz um pequeno recorte de tudo o que aconteceu lá.

Entre os palestrantes convidados, Eduardo Yuki - chefe da BNP Paribas Asset Management - mostrou um estudo comparativo do comportamento de países europeus diante da crise econômica que o Euro está enfrentando. De uma forma bem sintética, o que me chamou mais a atenção foi como um mesmo fato - a unificação da moeda em 2002 - foi percebido e experimentado de formas diferentes, com resultados também diferentes, pelos europeus.


Eduardo Yuki foi categórico, ao explicar que italianos e espanhóis  aproveitaram a oportunidade para viajar e consumir. Alemães, diante da mesma realidade, fizeram outras escolhas: preferiram estudar e aumentar a capacidade instalada de produção. Foram mais empreendedores. Hoje são três países que experimentam realidades diferentes: a Itália e a Espanha estão enfrentando uma quebradeira políticoeconômica, enquanto a Alemanha vivencia uma situação bem mais estável. Esopo tem uma fábula que resume esta ópera: A formiga e a cigarra. Mesmo com controvérsias, estima-se que o fabulista tenha vivido no século VI antes de Cristo. Por isso, a orientação sobre o comportamento correto é muito antiga.


Atitude e educação


A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), no início do ano, divulgou um relatório explicando que países sem riquezas naturais que investiam em educação de seu povo eram economicamente mais competitivos. A Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA/USP) também mostrou uma pesquisa sobre os impactos dos investimentos em educação no longo prazo.


É preciso amadurecer! A lei da causa e conseqüência não está restrita ao campo da Física. Corações e mentes são forjados de acordo com a freqüência energética dedicada a eles.


Na infância, a família, a escola e o Estado têm esse compromisso formativo que prevalece por muitos anos. Entretanto, conforme o indivíduo vai assumindo o papel de autor da própria história, privilégio de cidadãos que compartilham uma estrutura social democrática, passam a ter um compromisso cada vez maior com essa formação de repertório e posicionamento político.

Selecionar e combinar informações - porque elas existem e estão cada vez mais disponíveis, buscar respostas, fortalecer convicções emancipadoras, que favoreçam uma liberdade sustentada. Tudo isso é compromisso e consciência individual. 
A educação financeira dos alemães garante agora uma liberdade que os espanhóis e italianos não podem compartilhar, ainda que as bases históricas tivessem proposto uma realidade diferente. "Disciplina é liberdade", cantava Renato Russo aos brasileiros.


Na semana passada, escrevi sobre a assimetria informacional. Ela é real e impacta a realidade de formas muito tangíveis e, quase sempre, cruéis. Mas - no caso da Europa - o que chama a atenção é uma assimetria comportamental. E o resultado é também muito cruel.
O que dá mais para ignorar é que a educação financeira e previdenciária vão reconfigurar a estrutura geopolítica e socioeconômica do planeta. Essa é uma verdade inquestionável.

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