sábado, 29 de setembro de 2012

ASSIMETRIA É INERENTE AO SER HUMANO


Adoro biografias! Estou terminando uma romanceada sobre a vida de Jesus Cristo. Por que ele? Porque ele se envolveu com o coração e a alma das PESSOAS. Porque, até onde se saiba, ele não deixou nenhuma palavra registrada porém, suas mensagens estão entre as mais divulgadas do mundo. Porque - além das palavras - suas atitudes eram sustentadas por valores, especialmente a liberdade. 

Ele gostava de ser chamado de Meste, porque suas principais bandeiras eram o amor e a educação. Seu combate, a ignorância. Ele ia, de forma calculada e estratégica, além da retórica. Enfim são incontáveis as justificativas para eu me interessar por essa história de um homem, no mínimo, divinamente inspirado. O projeto de Jesus Cristo era a fraternidade universal.

O poder das redes sociais

Ontem, em uma reunião, acompanhei uma reflexão sobre a apropriação assimétrica das redes sociais. São consenso que as tecnologias da comunicação e informação são ferramentas com grande potencial de difusão de informação, entretanto a qualidade e o controle ainda são aspectos que exigem monitoramento e administração.

Meu posicionamento sobre essas ponderações é ainda contraditório. Penso que é como quando um filho aprende a andar de bicicleta. No começo, tem que ter rodinha, para evitar acidentes mas, ao mesmo tempo, é preciso promover uma campanha de incentivo para que ele ganhe asas e se liberte. 

Existem experiências corporativas positivas, como da empresa Dell, com o uso de uma rede social interna - no modelo do Facebook - para promover o alinhamento de seu quadro funcional, com dimensões globais. 

Depois de um tempo implantada, a rede Dell, desencadeou um processo de autorregulação espontâneo entre as PESSOAS, dispensando uma política de comunicação restritiva. O capital informacional aumentou naturalmente, porque o empregador apostou na capacidade de aprendizagem de seus empregados. Foi estabelecida e desenvolvida uma relação tácita de confiançaEntretanto, existem casos - como a Monsanto, em que houve a necessidade de uma política para direcionar a utilização adequada dessas mesmas ferramentas.


Para mim, essas duas experiências mostram o óbvio: a assimetria informacional é inerente ao ser humano. Por isso, uma comunicação dirigida eficiente precisa ser conhecedora do público para o qual é produzida a mensagem. 

O outro aspecto desse jogo complexo de relações de poder está na maturidade institucional para lidar com o paradoxo liberdade de expressão e censura. Caso mais recente dessa inabilidade da Escola Pública onde a adolescente Isabela Faber é aluna. Em decisões equivocadas contra a atitude da aluna manifestar as próprias opiniões em uma rede social, a instituição combinou deliberadamente censura com assédio moral. Afinal de contas, tratar como caso de polícia a questão só desencadeou manifestações da sociedade a favor de Isabela.

O professor Gil Giardelli (ESPM/USP), que estuda com muita propriedade essas relações humanas virtuais, aposta num amadurecimento do comportamento das PESSOAS de todas as idades e, como reflexo, relações comunicacionais mais relevantes intermediadas e disseminadas pelas tecnologias. Talvez, Gil Giardelli, como sociólogo e humanista, esteja nos apontando novamente para aquela lição sobre a fraternidade universal que, sim!, é possível como todos os sonhos. Porém, depende do combate à ignorância por meio de uma educação mais amorosa e libertária, confiante na capacidade de evolução do ser humano.

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