Os conceitos que usamos para nos entender em relação à vida são muito limitados. Por causa deles somos mais racionais do que deveríamos, menos humanos do que poderíamos. E menos evoluídos também, porque a evolução depende, necessariamente, de uma consciência maior sobre interdependência e uma prática contínua de cidadania e solidariedade.
Penso muito nisso! E pensar é uma forma de gerar energia que atrai semelhantes, não é mesmo? Em 2011, conheci o pensamento visionário do norteamericano Napoleon Hill. No início do século 20, depois de estudar e registrar o método de superação de crises e evolução de muitas empresas e empresários, ele já profetizava:
O mundo dos negócios vai mudar, não tenha dúvida! Os métodos do passado, baseados na combinação econômica de força e medo, serão substituídos por melhores princípios de fé e cooperação. [...] Esta estupenda era tecnológica em que vivemos - e da qual estamos apenas emergindo - tomou a alma dos homens. Os líderes tratam os funcionários como peças de engrenagem; foram forçados a isso como resultado de negociações segundo as quais empregados recebem sem dar, o que prejudica os envolvidos. A palavra de ordem no futuro será alegria e felicidade para o ser humano. E quando esse estado de espírito for atingido, os resultados serão muito melhores do que aqueles do tempo em que o empregado não conseguia combinar fé, interesses pessoais e trabalho". (Quem pensa enriquece, p. 63).Curioso é ver como a expressão se atualiza no tempo, mas o desejo de libertação continua o mesmo. Somos diferentes, é verdade, dos homens que superaram a crise econômica de 1929. Mas ainda convivemos com medo e opressão. Por isso, um século depois, encontramos no brasileiro Gil Giardelli, a seguinte reflexão:
Precisamos ensinar aos alunos sobre o coletivo e a ideia de comunidade, na qual as pessoas aceitam e celebram as diferenças. É preciso ensinar que a felicidade é ser ético. Felicidade faz parte da economia, é uma riqueza, e isso é um direito de todos nós. A missão da nova educação é a preparação de líderes capazes de acreditar que a humanidade pode exercer a arte de sonhar, conjugando o estilo, a cultura, a benevolência e o espírito renascentista de ajudar o próximo. (Você é o que você compartilha, p. 105).Para Gil Giardelli, - sociólogo, professor da ESPM e da FEA/USP - as redes sociais serão grandes alidadas dessa nova consciência. Nas redes, as lideranças são espontâneas. A autorregulação é o protocolo de conduta. Quando aceitamos a interdependência, as dimensões se relativizam. Não existem micro e macro. Não existem fronteiras, não existem o próximo e o distante. Eu e você. Realidade e sonho. Tudo e todos são. Tudo está ao alcance de um clique: a informação, o conhecimento, a educação. Só é preciso querer, amadurecer, superar a inércia, colocar o pensamento e a emoção (ou a fé) em ação.
Precisamos, como ensina Gil Giardelli, criar novos mapas mentais que nos ajudem a ampliar a consciência. Que nos façam ver além dos artifícios e conceitos que até então utilizamos para nos localizar no mundo. Precisamos ganhar o universo.
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