segunda-feira, 1 de outubro de 2012

FRASES BENDITAS


No Facebook, o que eu mais gosto é do compartilhamento de frases bem ditas. Famoso ou anônimo, os autores se revezam na construção de uma cultura de fazer o bem, de dar um toque, de tornar a vida mais colorida e alegre. 

Para mim, quem melhor caracterizou esse movimento até agora foi minha amiga Mara Lúcia Esteves. Entretanto, o grande amor no coração e sua capacidade para lidar com as palavras foram responsáveis por um aprimoramento na expressão e, consequentemente, uma expansão do sentido. Mara grafou em seu recado: frases benditas. E são! Porque elas nos apontam uma luz, uma inspiração, um olhar melhor sobre angústias e desafios que enfrentamos.

Todos os profissionais, inclusive quem escreve, está sempre diante desse dilema: renovar, recriar, atualizar, reformatar as ideias. Porque são elas os grandes motores da sociedade. Mas, até onde eu saiba, somente as PESSOAS têm ideias. Por isso, as PESSOAS são sempre diferentes. Em setembro, vi o professor Clóvis de Barros Filho (ECA/USP e Fundação Cásper Líbero) tratando de ética e confiança. Para explicar, o professor distinguiu filosoficamente o homem dos demais animais: o homem é imprevisível e evolui. O gato, por exemplo, sempre foi e será gato. 


O homem, a cada momento, é outro. Agora, por exemplo, em busca de um tema para explorar aqui no blog, a minha memória fez um percurso que passou pela ilustração e chegou ao recado de Mara Esteves. As conexões misteriosas juntaram esses movimentos diferentes com uma palestra que eu presenciei. E eu me vejo frente ao dilema de contar tudo isso, de preferência, por meio de frases benditas, porque são elas que permanecem vivas e transformam os corações e as mentes das PESSOAS. E porque esse é o meu compromisso pessoal com quem lê meus textos.


Eu acredito que frases benditas têm incontáveis poderes. Entretanto, o poder que mais me toca é aquele de perpetuar as PESSOAS. Famosas ou anônimas, uma vez autoras de frases benditas, elas jamais morrem. Mas são permanentemente compartilhadas, revitalizadas num gesto de canibalismo simbólico que Oswald Andrade e os modernistas brasileiros, em 1922, chamaram de antropofagia. Não existe censura, não existe limite físico, não existe tempo, não existe esquecimento que detenham uma ideia que ganha expressão numa frase bendita. Obrigada Mara Lúcia Esteves, por me ensinar tão amorosamente essa lição de comunicação.

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