quarta-feira, 3 de outubro de 2012

QUANDO O OLHAR DESLUMBRA


Fico um pouco desconfortável por registrar algumas impressões pessoais sobre os fatos, porque elas podem parecer um recorte deslumbrado do meu próprio trabalho. Desta vez, assumidamente, são! 

Sou uma apaixonada pelo que faço! E apaixonado não é imparcial nunca. Um apaixonado subverte o figurino profissional. O risco calculado que corre é a perda de credibilidade. A oportunidade que busca é ganho de mind e heart share, corações e mentes.

Para dizer a verdade, essas formalidades técnicas são muito questionáveis. Até mesmo a academia, por exemplo, já tem uma percepção mais avançada e flexível sobre objetividade, neutralidade, imparcialidade. Mas eu não vou enveredar pelas teorias metodológicas. Só referenciei para assumir que hoje vou escrever com o meu coração.

Neste dia 3 de outubro participei do 7º Seminário PREVIC/SPPC de Educação Previdenciária, aqui em São Paulo. Como estive em todas as edições anteriores deste trabalho, fico à vontade de dizer que presenciei um salto quântico! Efeito borboleta, sabe? Ele deverá fazer toda a diferença imediatamente, no médio e no longo prazos. O foco da discussão: o papel estratégico dos conselheiros na difusão da Educação Previdenciária.

Muitas questões táticas foram exaustivamente debatidas. Mas houve um momento em que a evolução ganhou expressão e síntese: mais do que qualificada e certificada, a gestão de Previdência tem que ser VOCACIONADA. A autora da visão precisa: Aparecida Pagliarini, tutora do Programa de Educação da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (ABRAPP). 

Alguém tem dúvida que um médico, um advogado, um dentista, um artista precisa ser, além de técnico, vocacionado? Por que não um gestor de Previdência Complementar? Afinal, mais do que dinheiro em escala, ele administra vidas, sonhos, futuros em escala! Dá para ser apenas técnico? 

Se for ampliar essa discussão, apenas pelo viés da razão, uma decisão em relação à diversificação do investimento, por exemplo, pode criar um efeito dominó e determinar o direcionamento - para o crescimento ou para a extinção - de setores produtivos inteiros e da economia do país. A vocação do gestor vai do átomo ao cosmo, por isso tem que ser muito profissional, competente, qualificada, certificada, vocacionada. 

Existe profissional para isso no mercado? Isso é um outro debate que eu já apresentei aqui na semana passada. São poucos e insuficientes, por enquanto. Por isso, acho que é um momento para se refletir. Se não tem mão-de-obra especializada, a formação é uma oportunidade de negócio privado? A formação é uma oportunidade de negócio para os patrocinadores? É uma necessidade de política pública?

A ABRAPP publicou esta semana pelos seus canais de comunicação e pelas redes sociais que solicitou audiência com o Ministro da Educação, Aluísio Mercadante, para pleitear a inclusão Previdência Complementar como matéria específica obrigatória dos cursos de graduação em Administração, Investimentos e Direito (clique aqui). 

WOW! Os ventos do tsunami contidos no bater de asas da borboleta já dão sinais do futuro, no mínimo, mais bem informado, formado, consciente e direcionado do que o passado que eu vivi! Mais do que conflito de interesses pontuais que possam existir em todas as relações complexas que coexistem nesse ecossistema previdenciário, o vento que anuncia mudança pode trazer coisas boas como proteção social em escala, base da cidadania do século 21! Nada é por acaso. As transformações acontecem em resposta às demandas sociais! 

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