segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

CRISE NAS FÉRIAS! POR QUE NÃO?


Decidi passar o dia inteiro lendo, já que - em São Paulo - as nuvens carregadas da manhã evidenciavam o convite inequívoco à interiorização, estendido para o início da semana, porque esta segunda-feira também manteve o modelo de chuva a qualquer momento e temperatura próxima dos 20ºC.

Estou em uma espécie de intervalo de trabalho. Não parei completamente, mas o ritmo diminuiu. É meio que uma descompressão e eu me perco um pouco na administração do tempo mais frouxo da agenda. Por isso, para mim, ler sempre é uma boa forma de revigorar a lucidez. 

Parei para pensar no conselho do professor Gil Giardelli (ESPM/USP) sobre desconexão do mundo virtual. Porque nesses dias que eu andei desaprumada, observava os posts e movimentos das redes - que normalmente são fontes importantes para muito do que eu produzo - mas tudo me parecia mais do mesmo. Claro! O observador influencia o objeto observado. A Física Quântica é muito objetiva e específica em relação à energia empregada em qualquer experimento. E tem também aquela coisa de infância digital, que Gil Giardelli caracteriza com tanta propriedade.


De qualquer forma, avancei nessa sensação de vazio e percebi que ela me levava a uma experiência de fragmentação. Ler as redes sociais é como estar em um campo aberto durante uma tempestade com muitos raios. Você vê todos, não é atingido, mas se desgasta com a experiência junto deles.

Acho que é por isso que os computadores, às vezes, precisam passar por um procedimento de desfragmentação de arquivos. Assim, fiquei o domingo todo lendo. Li, do começo ao fim, o professor Leonardo Boff - Crise: oportunidade de crescimento. E lá encontrei uma alavanca para minha inspiração. É uma constatação aparentemente muito simples: 

"Mas percebe que deve decidir-se porque sem sentido ninguém pode viver muito tempo". 


No contexto do livro, é claro, ela tem uma força muito maior. Aqui, para este post ela é mais do que suficiente. 

Sempre soube que a ausência de ar, água, alimento era risco à vida. Mas, até então - por maior que fosse o meu interesse e envolvimento com Comunicação, Educação, Literatura e outros assuntos que gosto -  nunca tinha percebido que falta de sentido também pode matar. Imaginava que a fragmentação exigia uma articulação mais elaborada para que o sentido surgisse esplêndido, indicando o caminho da interpretação, do pensamento. Mas nunca pensei que a falta de sentido fosse tão grave. Por isso que a recomendação do professor Gil Giardelli, agora, ganha outra dimensão!

Em outros posts eu já havia juntado o pensamento de Gil Giardelli e Leonardo Boff, quando escrevi sobre os livros Você é o que você compartilha e Civilização planetária. Eu poderia ficar horas contando o que tem nestes livros, mas vou resumir a uma palavra: reconexão! E você, cara pálida, vai perguntar: "Com quê?". E a minha resposta é elementar: Com o sentido! Precisa mais?

Direto das redes sociais

O professor Gil Giardelli compartilhou dez dicas sobre o que ele e a equipe estão estudando agora (clique aqui).

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