segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

NOVOS NOMES PARA A MESMA REALIDADE

Neste último domingo, soube da tragédia que aconteceu em Santa Maria pelos posts do Facebook. Até então eu estava envolvida com um dos meus projetos de leitura e, em um dos intervalos, consultei as atualizações das redes. No portal G1 já estavam publicadas as informações essenciais. Foi então que liguei a TV para entender melhor as circunstâncias.

Pela Globo News, além dos repórteres, especialistas em diferentes áreas analisavam e criticavam - a distância, com base nas imagens, por inúmeras perspectivas - as principais evidências de falhas naquele lamentável episódio.

Parei para pensar sobre gestão de risco, cuja função é atuar preventivamente para evitar a perda do controle diante de um incidente circunstancial. Por isso, há que se estabelecer rotinas e sistemas capazes de identificar e mitigar o problema antes ou quando ele acontece. Casos mais críticos exigem planos estruturados de contingência mais complexos, que envolve inclusive a Comunicação. O propósito deste trabalho é desencadear operações efetivas de amparo às PESSOAS, minimizar especulações desnecessárias e, principalmente, desmobilizar a saturada fórmula simplista e maniqueísta - crime e castigo.

A gestão de riscos é um tema próprio de quem quem adota a previdência como atitude. Por isso, de tudo o que eu pude assistir como cobertura da tragédia, retive na memória uma expressão: debilidade moral, proposta por Moacyr Duarte, especialista em gerenciamento de risco. Debilidade moral aponta para as más escolhas que, por inconsequência e negligência, toda a sociedade termina praticando. A tragédia de Santa Maria não tem apenas "um culpado" para ser crucificado. As situações são interdependentes: todos nós temos uma parcela de responsabilidade na gestão dos riscos a que estamos expostos.

A descontração, o entretenimento, a interação em massa exige um comportamento tão responsável quanto em qualquer outro ambiente. Temos até excesso de informação sobre principais rotinas de segurança. Muitos de nós já participaram de exercícios de abandono de edifício e até integram brigadas de incêndio. Mas quantos de nós realmente nos ocupamos com a filosofia deste trabalho educativo e preventivo?

Eu já critiquei aqui alguns posicionamentos mais radicais do ambiente corporativo. Mas hoje preciso me retratar. Empresas sérias se preocupam com a gestão dos riscos do ambiente e com a proteção das PESSOAS. Mas precisam - em contrapartida - de uma resposta comportamental compatível com a estrutura que oferece.

Princípios de responsabilidade individual e coletiva precisam ser observados por todos, em qualquer idade. Em qualquer lugar. Na empresa, no condomínio, na comunidade, nos estádios de futebol, nas escolas, nas igrejas. A sociedade precisa se envolver mais na proteção das pessoas, ao invés de terceirizar e se isentar da responsabilidade, buscando e castigando culpados. Esse modelo é ultrapassado e só serve para aumentar as já imensas dores do mundo. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário