quarta-feira, 6 de março de 2013

IDEIAS QUE MOSTRAM O MELHOR ÂNGULO DO SER HUMANO

Ideias vendem produtos e outras ideias. Tudo bem! Ainda estamos em um estágio de evolução que, na prática, associa felicidade, consumo e dinheiro. Vou usar um trecho do livro Nossa sorte, nosso norte - para onde vamos? para desenvolver melhor essa percepção. A explicação que escolhi é de Renato Janine Ribeiro:
"Acho que apostar na qualidade de vida é uma proposta que precisa crescer, florescer de todas as maneiras. Mas, até aprendermos a lidar com isso, ainda vai passar tempo. O que é bom é que estamos começando a viver com a prosperidade, não mais com a escassez, com a possibilidade de florescer, não mais com a necessidade de sofrer".
Essa troca do sofrimento pelo florescimento é um paradigma importante que está ganhando expressão não apenas filosófica. Já publiquei aqui campanhas da Coca-cola, para explicar esse movimento. Na década de 1970, com foco no produto, o mote das campanhas do refrigerante era "Coca-Cola é isso aí!". Sequer precisava explicar. Podia ser qualquer coisa, desde que fosse a marca. O jingle e a assinatura musical colavam nas mentes e transformavam o comportamento a favor do consumo. Quarenta anos depois, a mesma empresa adota o mote "Abra a felicidade!". Não é sem motivo. É o movimento da história.

Hoje encontrei mais uma campanha do chamado marketing de guerrilha que trabalha com essa ideia para vender - claro! - sorvetes.

Mas e quando a ideia é fazer a vida mostrar o melhor ângulo do ser humano? Vou usar mais uma vez as explicações de Renato Janine Ribeiro:


"Foram milhares de anos de escassez, até mesmo de fome, de gente morrendo jovem. Foram milênios em que somente uns poucos tinham uma vida melhor e, mesmo assim, sujeitos à doença e à morte precoce. Em contrapartida, são poucas dezenas de anos desde que houve um aumento na quantidade de alimento disponível e uma melhora na saúde e na qualidade de vida. O que acho mais bonito nos tempos presentes é esse avanço, que sempre está em risco, mas que representa uma mudança bastante grande em relação ao passado. Então muito do que hoje se faz é experiência nova".
As PESSOAS estão mostrando, cada vez mais, possibilidades e escolhas com significados diferentes daqueles socialmente consagrados, ainda que o movimento de afirmação e a angústia da incerteza sejam desafios maiores do que a própria escolha pelo novo. A energia conservadora é igual ou maior que a energia da disruptura.


Educação previdenciária

Para mim, esta reflexão é importante porque os cálculos financeiros e atuariais dos planos previdenciários sempre se apoiam em molduras estáveis e ascendentes de carreiras profissionais. As empresas oferecendo benefício de longo prazo que ultrapassava a relação laboral. No caso de pensão para os dependentes, era o amparo além da vida.

A inversão desse modelo é real. Como enxergar oportunidades nessas novas escolhas e rupturas que as PESSOAS estão cada vez mais descobrindo, sendo levadas a experimentar? Como serão as representações sociais do futuro? Em que as representações sociais do futuro se apoiarão?

Eu não sei as respostas. Ontem mesmo, tive a oportunidade de conversar com um grande profissional do Sistema de Previdência Complementar, Leonardo Viceconte Cruz (CBS Previdência) que falava da alta rotatividade nos quadros funcionais das empresas e a Educação Previdenciária como elemento de construção de valores para os novos técnicos que serão absorvidos pelo mercado de trabalho e que deverão constituir uma experiência profissional cheia de mutações em relação ao modelo tradicional de carreira.

Não são respostas, evidentemente. São considerações que deverão nortear as transformações dos produtos e serviços previdenciários. De qualquer forma, conciliar futuro, sustentabilidade da vida e felicidade em um só produto é uma ideia que também me aponta para a melhor perspectiva do ser humano.

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