sábado, 13 de abril de 2013

FORÇA DO COLETIVO: UM CHAMADO À PARTICIPAÇÃO

Esta semana, assistindo a um depoimento muito triste de uma mãe paulistana que dramaticamente perdeu um filho para a violência, fiquei com essas palavras ecoando na consciência: a indignação não basta para que haja mudança!

Ela está certa! É um desamparo consciente que alerta: mudança exige participação, engajamento. Todo mundo sabe que uma andorinha não faz verão e que é impossível ser feliz sozinho. Mas ainda é difícil substituir o "confortável e conhecido" individualismo pelo "incômodo e desconhecido" coletivo. Só que dá para intuir onde a força está. 

Separados ou juntos, somos vulneráveis. É fato! Mas juntos é mais fácil enfrentar o inesperado. Também é fato! Em um país com dimensões continentais e pouca orientação para a cidadania é realmente um desafio pensar na organização coletiva. Pela extensão territorial, as dispersões, as diversidades e a assimetria informativa as soluções locais precisam ser ainda mais inovadoras, mais ambiciosas.

Estamos chegando ao limite e somos carentes de tecnologias sociais locais e globais. Somos bons com as "alavancas" e as utilizamos para transformar a realidade que conhecíamos. Agora, precisamos "mover e salvar o mundo", sem terceirizar responsabilidade. Quem quer melhor tem que fazer melhor.

É por isso que eu gosto do chamado que a Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar - ABRAPP lançou esta semana. "Força do coletivo. Compromisso com o futuro". Está certo: administrar patrimônios com competência é o dever assumido. Mas a qualidade do compromisso além do dever é o que vai determinar as soluções de futuro para uma coletividade que pode e precisa ser maior.


Porque, já na década de 1970, o visionário Peter Druker [1] entendeu os fundos de pensão como uma solução socialista para uma necessidade capitalista. Porque o dinheiro do trabalhador ajuda a alavancar as empresas que, ao apresentarem resultados, valorizam o capital investido e protegem o trabalhador e sua família, num grande ciclo virtuoso de interdependência.

Por que, então, não há uma mobilização para difusão do modelo? Há! Mas precisa de catalização. E a ABRAPP deverá, como é seu papel, encabeçar esse movimento de avanço sustentado, porque as conquistas em mais de trinta anos de história precisam ser preservadas.


Expansão horizontal

Até as redes sociais, a experiência de mundo foi vertical. Há uma transição em movimento. É uma expansão horizontal que depende de influências e reputações pessoais. Um chamado institucional manifestará sua força potencial à medida em que desencadear um processo de individual de identificação. Eu me identifico com uma proposta de poder coletivo! É isso. 

Não é mais com uma categoria profissional ou social. Mas com uma atitude que eu considero boa para mim e que eu quero que chegue a todos. Porque a minha tolerância a desamparo e vulnerabilidade é muito pequena. E compartilhar a ideia é uma forma de reafirmar e fazer o compromisso ganhar extensão. Para mim, o futuro não tem lados. O futuro tem que ser bom para todos.

A participação é uma forma racional de garantir eficiência energética para o processo. "Eficiência energética é uma abstração que, na melhor das hipóteses, constitui um meio para atingir metas pelas quais as pessoas realmente se interessam: conforto, estilo, comunidade". [2]

Nota [1]

DRUKER, P. A revolução invisível: como o socialismo fundo de pensão invadiu os Estados Unidos. São Paulo, Pioneira, 1977.

Nota [2]

BROWN, T. Design thinking - uma metáfora poderosa para decretar o fim das velhas ideias. Rio de Janeiro, Elvesier, 2010.



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