sábado, 27 de julho de 2013

ESCOLHAS: AS MELHORES NEM SEMPRE SÃO AS MAIS EVIDENTES


Escolher envolve duas forças imediatas e complementares: razão e emoção. Você escolhe porque é bom. Você escolhe porque gosta. Não cabe juízo de valor, porque nesta ação aparentemente simples estão envolvidos repertórios, experiências, histórias. E aí está a diferença entre as PESSOAS e, obviamente, no resultado do processo. O que vale para uma, nem sempre afeta a outra da mesma forma. Este é o princípio da Comunicação Dirigida que, evidentemente, se opõe mas complementa o da Comunicação de Massa.

O fato é que, para quem trabalha com Estratégias de Comunicação, todas as formas são válidas, desde que se utilizem os melhores recursos de cada uma com o público certo, na situação correta. Desperdício e possivelmente pouco efetivo é disparar tiro de canhão para matar pulga.

Bom, hoje tenho duas notícias novas. A primeira eu li ontem sobre a previsão equivocada que os Comunicadores de plantão fizeram sobre blogues. O artigo A nova chance dos blogs (clique aqui) explica que, contrariando as expectativas, "as empresas mais lucrativas do mundo estão blogando mais em 2013". Curioso é que, justamente esta semana, eu e o professor Nivaldo Cândido de Oliveira Júnior conversávamos sobre como, em pleno século 21, algumas Entidades Fechadas de Previdência Complementar sequer têm presença digital. 

E eu comentei que a falta de orçamento já não é mais justificativa. Sim! Portais exigem grandes investimentos, por causa das funcionalidades que oferecem e pelo sistema de segurança das informações sigilosas como, por exemplo, banco de dados. 

Mas os blogues talvez sejam uma alternativa estratégica barata. Porém trabalhosa. Precisa de alguém experiente para fazer curadoria e desenvolvimento de conteúdo relevante, dirigido para os públicos de interesse, para garantir a efetividade dos resultados do trabalho. O ideal é complementar a estratégia com estímulo e engajamento pelas redes sociais.

A outra notícia muito bacana que eu li foi compartilhada também pelo professor Nivaldo Cândido de Oliveira Júnior. Trata-se da matéria Communication increases pension saving by 20% - LSE study (clique aqui). O estudo é da Escola de Economia e Ciência Política de Londres (LSE). Revela um impacto positivo de até 20% nas escolhas de poupança para a aposentadoria quando os trabalhadores são expostos a um forte processo de comunicação e informação qualificada sobre o tema. Educação continuada!

Até que enfim, uma percepção quantitativa sobre um fenômeno essencialmente qualitativo. O dado mostra Retorno sobre Investimento (ROI). Fico profundamente feliz porque a Previdência Complementar no Brasil está trabalhando para implantar uma mudança no processo de adesão aos planos. Chama-se "inscrição simplificada", que deve facilitar sobremaneira a vida de operadores do Sistema. 

Gosto da ideia, desde que seja combinada a um forte Programa de Educação Previdenciária. Senão o retrocesso sobre cultura previdenciária será inevitável. A pesquisa da LSE explica e confirma a minha intuição! Os trabalhadores sem acesso a informação qualificada podem até aderir à proposta de poupar para a aposentadoria, mas não reconhecem o valor da escolha!

Intuição é a terceira força que determina uma escolha. O alinhamento de razão, emoção e intuição é muito poderoso! A razão busca evidências lógicas. Portanto uma tábua de atributos positivos e negativos de um produto ou serviço é um instrumento útil para a decisão. Existem empresas que utilizam árvore de decisão para auxiliar o processo de escolha. 

A emoção busca elementos do imaginário que despertem sentimentos sobre a experiência a partir da qual se desencadeia a escolha. São úteis os processos de comunicação que trabalhem com a projeção da personalidade, elementos que sugiram um estilo de vida com o qual seja positiva a identidade. As propagandas de automóveis são o melhor exemplo dessa proposta de sedução.

A intuição é um filtro mais sutil que combina essas mensagens ao repertório pessoal. São critérios não lineares, assimétricos, dialógicos, nem sempre sujeitos a uma construção imediatista do tipo ação/reação. Aliás, a maioria de nós sabe pouco sobre intuição, inclusive
eu! 

Mas suspeito que a intuição seja ativada em processos de decisão com base nas referências intangíveis presentes no contexto. Ambientes naturalmente estruturados para promover relações de confiança, ética e respeito são mais favoráveis às boas escolhas. Ambientes onde reinam a crítica austera, o julgamento inclemente no formato crime/castigo certamente provocarão outro tipo de escolha. 

Como eu disse, isso é só uma suspeita. Precisa ser investigada com base em teorias mais sólidas, como Pesquisa de Clima e outros instrumentos já testados. Só que, por intuição, gosto de trabalhar com essa energia que associa futuro a felicidade e boas escolhas. Por intuição, sei que - por mais que o fim do mundo seja anunciado e a morte um fato comum - existe um caminho longo que antecede essas duas experiências finais - que poderão ser positivas - quando acreditamos que é possível escolher bem e ser feliz durante toda a travessia.

Se você gostou do recado, compartilhe! Lembre-se: seu clique faz a rede crescer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário