sábado, 31 de agosto de 2013

"A PIOR TENTAÇÃO HUMANA É ASPIRAR POUCA COISA"

O título do post não é meu. Achei no Facebook atribuído a Thomas Merton, monge e pensador norteamericano. Esta semana, aqui no Conversação, eu refleti bastante sobre troca intergeracional.  Eu escrevi sobre o que me impacta objetivamente, nas oportunidades que tenho de trabalhar com PESSOAS de diferentes gerações, numa produção cocriativa que me inspira muito. Ontem, entretanto - em razão dos resultados de duas pesquisas que serão divulgados durante o 34º Congresso Brasileiro dos Fundos de Pensão (clique aqui) na próxima semana - fiquei muito inquieta pensando sobre o quanto a sociedade precisa evoluir nessa experiência de Comunicação e Relacionamento com PESSOAS de diferentes idades.

E aí o meu pensamento foi ampliando, porque sempre começo com uma faísca. Só os dados estatísticos das pesquisas que apontam para a Educação Previdenciária de forma inequívoca. Mas aí, tem outra informação também quantitativa: o mundo está vivendo muito mais e envelhecendo cada vez mais rápido! 

Então a minha cabeça vira um incêndio flamejante. Eu andei questionando profissionais muito sérios que trabalham com Previdência Complementar sobre a possibilidade de trazer ao Brasil quem tenha experiência mais avançada e bem sucedida com Educação Previdenciária, como os australianos. Soube que existem diversos obstáculos mas, de verdade, já é uma possibilidade alinhada à demanda interna do Sistema de Previdência Complementar.

De certa forma, a resposta me acalmou. Porque então é uma questão de tempo. Mas, pensando bem, esse é só o começo. Porque sempre tratamos Previdência Complementar pela perspectiva Matemática, Financeira, Jurídica. A longevidade não é uma experiência humana, mas um dado estatístico. A qualidade de vida não é uma conquista, mas um patrimônio financeiro não renovável. A troca intergeracional sequer é reconhecida. 

Por essa perspectiva, acho que então é preciso fazer muito mais! Além dos especialistas australianos, devem ser envolvidas autoridades da Organização Mundial da Saúde (OMS), da Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE), da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e mais todos os operadores da Previdência Complementar, todos os empregadores das grandes, pequenas e médias empresas num imenso fórum planetário, com oficinas, vivências, experiências de uso, workshops de Comunicação Previdenciária, Cidadania, Saúde Financeira, Produtividade e, evidentemente, troca intergeracional.


Para quem, ontem, assistiu à edição do Globo Repórter, dedicado à Educação Financeira (vários trechos do programa estão no Youtube), ficaram evidentes as alternâncias de papéis: filhos ensinando aos pais a saírem das ciladas do cartão de crédito, graças ao trabalho educativo da FEA/USP junto a comunidades do interior de São Paulo. Também em Aracaju um projeto similar está ajudando a recuperar o equilíbrio financeiro e social de famílias endividadas que, superada a crise, fortalecem os laços afetivos.

Também ficou muito forte uma questão sobre saúde emocional. Porque a falta de saúde financeira abate o trabalhador pelo medo, pela vergonha, pela falta de perspectiva. Quando ele encontra apoio e consegue superar a crise, recupera a autoestima e também a saúde física. Ele se liberta da opressão e do medo! Ele reconhece e se apropria da dignidade e da independência.



Os operadores de Previdência Complementar são, por natureza, agentes de transformação social. Muitos ainda não têm essa consciência exata do papel social e político que exercem. A maioria está com os olhos voltados para os processos envolvidos numa rotina que exige precisão e prontidão para prevenir e mitigar riscos. Para garantir a melhor aposentadoria para todos. Mas há de chegar o tempo em que os olhos também percebam toda a influência e valor que as atitudes previdenciárias agregam para um mundo melhor, sustentável, habitado por cidadãos do século 21.

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