sexta-feira, 23 de agosto de 2013

LIBERDADE NÃO TEM IDADE

Troca intergeracional é um movimento novo na sociedade. Novo porque a longevidade é uma conquista do século 20. No Brasil, por exemplo, a partir de 1950, a média da expectativa de vida da população saltou de 45 anos de idade para - hoje - atingir 74 anos.

Penso que quem trabalha com Previdência Complementar deveria se interessar por esse aspecto do tema. Afinal a ciência está descobrindo que o fator que mais desencadeia problemas de saúde no mundo moderno não é o álcool, o tabaco, o estresse, mas a falta de sociabilidade.

Esta semana, vi trechos da palestra do médico geriatra Marcos Cabrera (clique aqui). Ele defende que algumas virtudes podem ser desenvolvidas para aumentar o índice de sociabilidade das PESSOAS e, em consequência, a saúde e a qualidade de vida. Trocando em miúdos: é Comunicação e Relacionamento. 

Risco e oportunidade


A Revista Trip (clique aqui) publicou uma matéria sobre Felisa Laíz, 70 anos, professora aposentada que montou, na Espanha, uma república para veteranos. Muitos acharam que não daria certo, mas ela fez escolhas estratégicas, preferiu o desapego e a transformação. O ganho? A vida comunitária. Hoje o Trabensol - Trabalhadores em Solidariedade - conta com cerca de 240 pessoas convivendo em solidariedade.

Oscar Niemeyer, pelo grafiteiro Eduardo Kobra
Para mim, a palavra-chave do século 21 é compartilhamento. E essa atitude é extremamente transformadora. Comigo começou com o compartilhamento de informações on e offline. Mas é mais amplo e movimenta uma energia enorme. 

Não faz muito tempo, eu andei conversando sobre experiência de consumo. E cheguei a postar aqui um texto sobre como seriam importantes espaços - como a Casa Bombril, Casa Natura - onde as PESSOAS pudessem ter uma experiência de uso e consumo da Previdência Complementar, no caso da aposentadoria, é claro!

Na época eu pensava em um espaço de conforto e paz, concebido com aquela ideia de associar aposentadoria a quebra de rotina, descanso. Mas hoje eu já mudei de ideia. Se eu pudesse criar um espaço de experiência de uso seria com participantes e assistidos convivendo em movimentos orientados para a sociabilização, troca de experiências, empreendedorismo individual e coletivo. Seria um espaço em que as PESSOAS pudessem resgatar o sentido de cidadania, participação e trabalho. 

Sem o rótulo da idade

Trabalho é um importante elemento promotor, indutor e gerador de troca intergeracional. Esta semana, também participei de diferentes reuniões. Uma delas foi bastante curiosa porque estamos trabalhando na produção de um conteúdo com uma linguagem visual mais abada. Então, eram cinco pessoas, de idades totalmente diferentes - de 30 a 65 - buscando respostas. Debruçadas sobre um mesmo desafio, num mesmo movimento, cada uma contribuindo de acordo com seus repertórios - técnico e simbólico - e orientadas por uma meta comum. Alguém ali pensava em aposentadoria? Ninguém! Alguém ali pensava em idade? A energia do trabalho e da troca apagou a diferença quantitativa.

A cocriação, a troca intergeracional não é novidade. Nos negócios familiares - que a "Administração Moderna" andou categorizando como fora de moda - é possível identificar esse movimento de troca intergeracional com maior clareza. É só observar que os exemplos são muitos. Vou citar um, conhecido de todos: as organizações Globo. O maior patrimônio é o "jeito e fazer", que começou com Irineu Marinho, no jornal impresso.

Sem receita

Eu penso em um espaço de experiência de uso sem receita, porque a contribuição dos jovens é muito valiosa também. Ajuda a arejar, a rir, a sonhar. Então, talvez tenha que ser um espaço experimental, com pegada de parque de criação. Com proposta de metas, claro! Porque eu teria uma meta muito clara com esse trabalho: uma nova expressão para a aposentadoria: lúcida, includente, inteligente, interdependente, empreendedora, integrada, cidadã.

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