A ideia pode parecer meio estapafúrdia, mas hoje eu estou muito pouco preocupada em estabelecer sentidos lineares para as minhas percepções. Estive, na última sexta-feira, a serviço da TV ABRAPP e pude assistir a algumas apresentações muito instigantes no I Encontro de Educação Previdenciária dos Fundos de Pensão, promovido pela Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (ABRAPP) em São Paulo.
Gostei de muito do que eu vi, mas hoje eu vou destacar alguns aspectos da fala de Ednei Delfim - consultor sênior em Comunicação da Towers Watson, que tratou de Ciclo de vida aliado às Ações de Educação Previdenciária. Aqui, é claro, eu vou reduzir o que eu aprendi a três aspectos: a Comunicação e a Educação devem se valer da informação (conteúdo), interatividade (relacionamento) e entretenimento (diversão, caráter lúdico).
Bom, o Ednei Delfim ainda usou um recurso importante para mostrar essas três dimensões da mensagem em ação: a contação de história (story telling), sobre a qual eu já escrevi aqui em outras oportunidades. E eu adorei tudo o que ele disse na palestra, mas fiquei pensando sobre um aspecto de retenção da plateia. Naquele contexto, funcionou muito bem. Mas, e em um contexto menos informado, menos especializado? A mensagem teria a mesma eficiência?
Aí que eu vi o Bruce
Quando o Bruce Springsteen se apresentou no Rock in Rio, eu estava em trânsito. Talvez em Angola, talvez a caminho do Brasil. Fato é que eu não vi ao show e resolvi em alguns intervalos desta manhã. O que me chamou, de imediato, a atenção foi ele ter escolhido um clássico de Raul Seixas para abrir o espetáculo. Sociedade Alternativa. E me pareceu que, curiosamente, nem todo mundo sabia cantar a letra. Já as músicas de Springsteen, a moçada parecia dominar com muita desenvoltura.
Experiente, Bruce Springsteen, além de conduzir o espetáculo juntando símbolos bastante comuns em suas apresentações, como as bandeiras, os braceletes, ainda atendeu a pedidos e chamou alguns fans - muito jovens - para subirem ao palco e compartilharem a música Dancing in the dark. A letra da música fala exatamente do que está acontecendo naquele momento: um homem atento à passagem do tempo, com disposição para ensinar. (You sit around getting older / There's a joke here somewhere and it's on me / I'll shake this world off my shoulder / Come on baby the laugh's on me. // Você senta por aí, ficando mais velho / Tem uma piada aqui em algum lugar e é comigo / Eu vou sacudir este mundo de cima dos meus ombros / Vamos, baby, a risada é por minha conta).
É o lugar comum? Claro! Mas a integração é nova. A formiga e a cigarra - da fábula de Esopo - também reapareceram literalmente durante o I Encontro de Educação Previdenciária dos Fundos de Pensão. Também apareceram disfarçadas em um vídeo sobre escolhas inteligentes, proteção, amparo e autonomia para o futuro.
A verdade é que - quando se tem um trabalho de fôlego para ser construído - como a Comunicação e a Educação Previdenciária, todos os recursos são úteis. Só que, como ensina, Ednei Delfim, tudo tem que ser construído para cativar. Não é mais convencer, persuadir. É conquistar!
E, claro, cara pálida, você vai perguntar sobre como falar com participantes com essa postura positiva sobre riscos e resultados em cenários financeiros instáveis, voláteis? Bom, o Ednei Delfim ainda não explicou isso objetivamente, mas muito provavelmente ele diria: "com transparência, com verdade". Afinal, se a confiança é um dos valores da Previdência Complementar, temos que encorajar o enfrentamento. Já o Bruce tem outra resposta (Even if we're just dancing in the dark / You can't start a fire worrying about / Your little world falling apart.// Mesmo se estivermos apenas dançando no escuro / Você não pode começar um incêndio atormentando-se / por causa do seu mundinho estar desabando). Isso me lembra muito Napoleon Hill, analisando a performance de quem consegue transformar crise em oportunidade. O livro? Quem pensa enriquece!
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