quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

A REDE: COMO QUALQUER FERRAMENTA, O USO DEPENDE DE NÓS

Não vejo muito sentido em criticar a criação... às vezes, cabe alguma interpretação sobre o comportamento da criatura. A rede social não é ruim. Ao contrário! Ela permite muita coisa bacana! O impacto que eu mais admiro é aquele registrado pelo estudo O futuro da aposentadoria, realizadp em 21 países, patrocinada pelo HSBC (clique aqui). Segundo a pesquisa, as PESSOAS, além de viverem mais, estão também mais otimistas em relação ao futuro. O motivo? Um deles é a inclusão digital e o relacionamento via redes sociais, que cria novas perspectivas.

O posicionamento contra ou a favor das tecnologias é um assunto antigo. Em 1997, eu concluí um Curso de Especialização em Gestão de Processos Comunicacionais (ECA/USP) que, na bibliografia oficial, exigia a leitura de Apocalípticos e Integrados, de Umberto Eco que teoriza sobre o tema (clique aqui).  Depois, no Mestrado, voltei ao assunto por meio de Manoel Castells (clique aqui), Pierre Levy (clique aqui), Arlindo Machado (clique aqui), Elizabeth Saad (clique aqui) e da minha orientadora, Cristina Costa (clique aqui). 

Naquela época, não existiam as redes sociais como conhecemos hoje, pela experiência de uso do Facebook, Twitter, entre outros. Mas, por todos aqueles nomes, já dá para entender que a rede existe, independentemente do suporte tecnológico.  Por isso, mais recentemente, andei voltando a essas questões por meio da leitura de Clay Shirky (clique aqui) e - claro! - de Gil Giardelli (clique aqui), de quem, mais do que leitora e aluna, virei fã e seguidora.

A minha lista é enxuta. Mas é cheia de valor! E o que eu mais gosto do que li é a reflexão, sobretudo com Gil Giardelli, do quanto ainda estamos na infância digital. Vamos amadurecer! Ele previu isso quando escreveu Você é o que você compartilha, um livro excepcional, que virou bestseller. Só um exemplo: este ano, testemunhamos os diferentes protestos sociais, exigindo mudanças no país, nos quais as redes sociais tiveram uma influência inquestionável. Outro segmento em franco crescimento: os aplicativos de prestação de serviços para smartphones.

Modo Beta: modelo complexo e mutante

Acho que a maturidade virá conforme as PESSOAS tiverem mais acesso à informação qualificada. É um movimento educativo, portanto lento. Depende de políticas públicas, evidente! Mas e o posicionamento individual? As PESSOAS estão aprendendo a interagir com um modelo em permanente mudança e construção. Como diz Gil Giardelli, "este século será o de pessoas individualmente livres e voluntariamente juntas. De nada adianta seres do século XXI ficarem seguindo modelos organizacionais do século XIX. Não podemos mais falar uma coisa e praticar outra". (Você é o que você compartilha, p. 21).

Outro autor que discute as redes sociais e insiste na questão do modo beta é Silvio Meira (clique aqui). Graças aos avanços tecnológicos, a evolução humana se revelou para sempre inacabada, permanentemente em construção, por meio experiências contínuas de acertos e erros. Portanto, vantagem competitiva a gente tem quando, mais do que julga, faz. Porque aí, a gente tem chance de inovar. Só que não é simples! A complexidade é a essência da análise de Silvio Meira no livro Novos negócios inovadores de crescimento empreendedor no Brasil. Sobre as redes sociais, ele ensina:
Boa parte do que líderes de negócios de todos os tipos chama de COMPLEXIDADE advém do aumento radical do número de fatores a tratar em todos os tipos de mercado, absoluta maioria dos quais relacionada ao aumento exponencial da participação de usuários e rede nas atividades dos negócios e nas consequências disso para esses novos, digamos, NEGÓCIOS EM REDE.CONEXÕES ESTÃO NA ORDEM DO DIA. Todo dia, em todo lugar, na vida de quase todo mundo que está online e, cada vez mais, das instituições, de ONGs a empresas, passando pelo governo. E este foi o tema do estudo global da IBM em 2012, que entrevistou mais de  1.700 diretores de empresas de todos os tipos, em mais de sessenta geografias. A pergunta-chave era: O QUE VAI SER ESSENCIAL PARA A SOBREVIVÊNCIA [OU COMPETITIVIDADE] DO SEU NEGÓCIO NOS PRÓXIMOS ANOS?A resposta, em síntese, é REDE, para empoderar colaboradores com base nos valores do negócio, para construir e evoluir um coletivo coordenado; REDE, para criar e evoluir processos colaborativos de inovação, amplificando potenciais do negócio e mais REDE, para engajar os consumidores como indivíduos, tornando-os centro da comunidade de geração, agregação e captura de valor do negócio. (p. 223 e 224, grifos meus)
GRANABOOK: da teoria à pratica

Hoje, o Itaú lançou o Granabook, um guia colaborativo feito por Gustavo Cerbasi, que usou como base os comentários, dúvidas, dicas e uma série de questões enviadas pelas PESSOAS pela fan page do banco (clique aqui http://www.granabook.com.br/). Para mim, é uma prova concreta da teoria discutida por todos os autores que eu citei, apropriada na prática inovadora de uma instituição com fins lucrativos. O Granabook nasceu com o propósito de mostrar que enriquecer é uma questão de escolha e de como o dinheiro pode trabalhar a favor da geração de riqueza.

Pela minha determinação otimista, me enquadro no grupo dos integrados, de Umberto Eco. E, justamente por ser brasileira, sei que é uma questão de pouquíssimo tempo até surgirem PESSOAS mais conscientes de seus próprios potenciais como participantes e agentes de transformação social. Os APPs serão muitos, para interagir com uma diversidade enorme de linguagens e expressões. As PESSOAS serão mais felizes, em razão dos serviços e da interação, do reconhecimento e da integração em rede, como antecipa a pesquisa HSBC.

Curtiu? Então, compartilhe! Lembre-se: seu clique faz a rede crescer.

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