sábado, 7 de dezembro de 2013

LONGEVIDADE: DE NICHO A FORÇA DE MERCADO


Minha vida como microempreendedora começou em 2010, pelas oportunidades que eu abracei, pelos desafios que eu encarei, pelas parcerias que eu desenvolvi. Mas somente em 2012 eu tomei a iniciativa de legitimar o meu novo modelo de atuação profissional como negócio. 

Diferente do que a literatura orienta - plano de negócio, investidores, análise de mercado, análise da concorrência, análise dos riscos - acho que fui fazendo as coisas com consciência e muita intuição. Baseada principalmente na minha capacidade de entrega de resultados de qualidade e valor. 

Foi assim que um processo importante ficou muito evidente: as parcerias. Eu só pude fazer o que fiz neste período por causa das parcerias estratégicas. Todos os resultados dependem delas tanto estratégica quanto taticamente. Esse alinhamento, regularmente avaliado, favorece na alavancagem dos resultados.

Tenho planejamentos estruturados para cada ação de Comunicação que executo. Tudo parte de uma proposta técnica, desenvolvida com base em briefing, levantamento de necessidades, detalhamento de cronograma de implementação. Outra característica aliada é a adoção de um modelo de negócio home office, que economiza principalmente tempo no cenário caótico de São Paulo. Pode parecer supérfluo, mas é extremamente producente e me poupa um pouco do estresse da cidade. Ah, claro! A tecnologia também favorece muito! Rotinas fundamentais de trabalho são feitas a distância. Até aí, critérios minimalistas de atuação, mas com muito valor. Resumo da ópera: aos 48 anos, sou empreendedora e trabalho muito!

Estudos que fazem sentido

Aqui no Conversação, tenho por hábito refletir sobre aspectos técnicos ou conceituais que estão envolvidos no meu trabalho. Então, são temas necessariamente recorrentes a Comunicação, a Educação

A longevidade é outro assunto que eu gosto de analisar, porque ele envolve novos comportamentos, hábitos, atitudes. Em setembro, uma parceria com a ATEST Consultoria Atuarial me levou à Universidade Agostinho Neto, em Luanda, para pilotar o módulo de Comunicação e Educação Previdenciária para o curso de Pós Graduação em Previdência. Em outubro, em parceria com a SUPORTE Consultoria e Treinamento, trabalhei para o I Encontro EMBRAER PREV, cujos registros, em breve, serão compartilhados.

Por isso, hoje, eu deparei com uma notícia que me deixou muito feliz. A edição digital da Revista Exame (clique aqui) trouxe a matéria UM MUNDO MAIS VELHO. E MAIS FORTE, que mostra o impacto das mudanças demográficas para a economia. E o ícone que eles utilizam para representar o início do que será o mundo no meio do século, 2050, é Bruce Springsteen. Há poucos meses tinha escrito sobre a forma como esse cantor se comunica com o público de todas as idades. Mas a matéria da Exame faz análises novas, pela perspectiva dos números, que explicam uma outra dimensão sobre o comportamento:
A força dos consumidores maduros é explicada pelo chamado bônus demográfico. Existem dois tipos de bônus: o primeiro, mais conhecido, ocorre quando o número de pessoas em idade economicamente ativa é muito maior do que a soma de crianças e idosos. Hoje, para cada dez trabalhadores, há cinco inativos que precisam ser sustentados.
Já o segundo bônus demográfico trata do aumento da fatia dos trabalhadores de cabelos brancos — a faixa dos 50 aos 70 anos. Mais educada e preparada do que seus pais e avós, a atual geração de trabalhadores maduros tem um impacto maior sobre a produção de riqueza — e, consequentemente, sobre o consumo.
A matéria, obviamente, não é conclusiva mas avança para um tema sobre o qual eu leio e escrevo desde 1991! Também traz dados importantes - inclusive sobre o mercado brasileiro - para ajudar a fundamentar muitas das ações de Comunicação e Educação que serão desenvolvidas desde já [e eu estou envolvida na base de implantação e sustentação de um Programa de Educação Previdenciária a partir de 2014]: 
Assim como ocorre nos Estados Unidos, os brasileiros com mais de 50 são ávidos por tecnologia. De 2005 a 2011, o número deles na internet cresceu 222%, para­ 8,1 milhões. A empresa de pesquisas americana comScore apurou em agosto que 84% dos internautas brasileiros com mais de 55 anos estão presentes no Facebook.
Além de empolgante, a matéria ainda avança para uma perspectiva, que abre janelas novas para quem, como eu, trabalha para a formação de cultura e a adoção de atitudes previdenciárias:
Mas o grande diferencial do segundo bônus tem a ver com a propensão dos mais velhos a poupar. À medida que o país tenha um número maior de pessoas acima dos 50 anos, a tendência é que a poupança nacional cresça, financie investimentos e sirva de motor para o crescimento econômico.
É o ciclo virtuoso do dinheiro, que a Previdência Complementar tão bem conhece! E, de acordo com os estudos locais, a oportunidade é principalmente para a formulação de políticas públicas:
Em 2010, os brasileiros com 50 anos ou mais eram 38 milhões. Em 2050, serão 98 milhões. Um estudo do economista Ricardo Brito, professor do Insper, em São Paulo, estima que o segundo bônus demográfico tem potencial para impulsionar um avanço anual­ de 2% no PIB por várias décadas. “Para isso se tornar realidade, o governo só precisa fazer reformas que incentivem as pessoas a poupar”, diz Brito.
O preço a pagar pelo tempo a mais de vida também não é novidade para quem trabalha com Comunicação e Educação Previdenciária, observada tanto pela perspectiva local quanto global:
A começar pela previdência, vista como uma bomba-relógio. Nesse sentido, o envelhecimento é democrático. Desafia os governantes de países emergentes e desenvolvidos. Até o momento não há uma fórmula exata de como solucionar o problema. Na Europa, assim como no Brasil, o custo das aposentadorias e pensões representa 13% do PIB da região — ou 2,2 trilhões de dólares. Nem mesmo a Alemanha, apontada pela ONU como um dos cinco melhores países para envelhecer, consegue assegurar um padrão de vida confortável a seus idosos.
Estima-se que  15% da população alemã com mais de 65 anos viva com menos de 1 200 euros por mês, o que os coloca na faixa de pobreza. Qualquer que seja a solução para essa questão, ela passará pelo aumento da idade mínima de aposentadoria — em linha com o que 20 dos 28 países da União Europeia já decidiram fazer até o fim desta década.
Para quem tem a perspectiva de viver muitos anos mais, a mudança das regras da aposentadoria é o preço a pagar. Viver mais, afinal, pode significar saborear uma existência longa, saudável e também mais produtiva. Bem-vindo à economia da longevidade.
Não é sem motivo que eu me identifiquei tanto com essa reportagem! Estou muito influenciada pela leitura do livro Novos negócios Inovadores de crescimento empreendedor no Brasil, do genial professor Silvio Meira. Ontem mesmo, eu postei aqui o conceito de MODO BETA, sempre tratado com muito didatismo e reiteradamente pelo professor. E a leitura é muito rica. Então hoje,  enquanto eu aprendia um pouco mais sobre a complexidade da estruturação de um negócio, confesso que fiquei meio deprimida pela minha pouca habilidade como empreendedora. Deixei o livro de lado e caí na rede.

E fiquei feliz de novo, porque descobri que, antes do meu negócio, eu mesma estou em MODO BETA, uma construção permanente e uma vivência inovadora da LONGEVIDADE que só os fortes, além das teorias, conseguem, de fato, experimentar!

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